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A construção do luxo brasileiro
DA REDAÇÃO
A sustentabilidade está no
pano de fundo das novas direções projetadas para 2009 e
2010. Se um ano atrás essa história era só um discurso, agora
é "mainstream". "Sustentabilidade perpassa todas as tendências e cria uma tensão permanente no campo do consumo",
diz o sociólogo Dario Caldas.
Essa tensão, para não dizer
paradoxo, grita na tendência
apelidada de "luxo 2.0" pelo
Observatório de Sinais; ela é
uma das correntes "cerebrais"
descritas na pesquisa, junto
com o "não-contemporâneo" e
o "complex-multiplex".
A consultoria projeta para já
uma reelitização do luxo, que
reage à democratização desse
mercado com um apelo "mais
intelectualizado e menos propenso a explorações sensoriais
gratuitas, agora percebidas como simples atrativos mercadológicos", segundo Caldas. Ele vê
um novo patamar de luxo emocional, a busca de uma "sensorialidade sustentável".
Nesse outro patamar, um
shopping, por exemplo, vai se
preocupar não só com a sua implantação, mas em construir
links com o público-alvo, a rua,
o bairro e a cidade, agindo como elemento de revitalização
do espaço público e sendo mais
participativo -como a internet
2.0. Opostos a Daslu e companhia, devem vir outros grandes
empreendimentos luxuosos
por aí. Mas esses terão papel
primordial na construção de
marcos urbanos comprometidos com o espírito do tempo, e
não perdidos no anacrônico estilo "neoclássico'", diz o estudo.
O que há de mais interessante na redefinição do luxo que
está em curso, afirma Caldas,
vem do lado da oferta, não da
demanda. "Marcas e empreendimentos tentam construir
uma identidade de luxo brasileira. E quem mais avançou
nessa discussão foi a moda".
Para o Observatório de Sinais,
os últimos desfiles das marcas
Osklen e Maria Bonita são puro
exemplo de "luxo 2.0".
(HH)
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