São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Prima rica

Lançadas na pauta da CPI das ONGs na esteira do escândalo da Finatec, que bancou a mobília de luxo do apartamento do reitor da UnB, as outras três fundações ligadas à Universidade de Brasília -Fubra, Fepad e Funsaúde- receberam, em valores corrigidos, mais de R$ 35 milhões desde o início do primeiro governo Lula, em 2003. Só a Fubra (Fundação Universitária de Brasília) levou R$ 29,1 milhões para bancar pesquisas nesse período, valor que supera os R$ 25,8 milhões destinados à Finatec. O dote da Fubra é ainda mais vistoso se computados todos os serviços prestados para outras autarquias do governo e não apenas à UnB: uma bolada de R$ 100 milhões.

Fumaça 1. Quando assumiu o Ministério da Educação, o hoje titular da Justiça, Tarso Genro, mandou abrir processo administrativo-financeiro contra a Finatec. Na época, havia no MEC cerca de 30 contratados pela fundação.

Fumaça 2. Tarso estranhou a forma "heterodoxa" de recrutamento de pessoal. O Ministério Público do DF apresentou denúncia, e o processo corre na Justiça.

Guerra e paz. O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) deve ir na próxima quarta-feira à Comissão de Relações Exteriores do Senado para uma audiência sobre a crise nos países vizinhos.

Me dê motivo. A oposição, que tem força na Comissão de Relações Exteriores, vê a interferência da Venezuela no conflito Colômbia-Equador como o argumento que faltava para barrar a entrada do país no Mercosul.

Serpentário. A exposição de fotos de deputadas em homenagem à Semana da Mulher está sendo examinada com lupa. Discretamente, parlamentares que cruzam o túnel da Câmara apontam sinais de botox e outros retoques nos retratos das colegas.

Na pauta. Em encontro hoje com Lula, a bancada feminina defenderá como prioritária a aprovação de projeto, em tramitação no Congresso, que regulamenta a aposentadoria das donas de casa.

Ossos do ofício. Perde tempo quem tenta arrancar do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, posição pessoal sobre a liberação de pesquisas com células-tronco, a ser julgada hoje pelo STF. Ele só diz que é seu dever fazer a sustentação da ação direta de inconstitucionalidade movida pelo antecessor, Cláudio Fontelles.

Ratoeira. Para Cláudio Lembo (DEM), Lula deu um "golpe de gênio" com sua proposta de reforma tributária: "Se os governadores do Sudeste apoiarem, irão contra o interesse de seus Estados; se protestarem, o Planalto dirá que estão contra o Brasil.

Nova pasta. Linamara Battistella, médica especialista em reabilitação, assumirá secretaria voltada para portadores de deficiência a ser criada pelo governo de José Serra.

Paiol 1. O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), foi ontem no Ministério da Justiça pedir a suspensão da Operação Upatakon 3 da PF, que irá desalojar arrozeiros da reserva indígena Raposa-Serra do Sol.

Paiol 2. Anchieta disse que os arrozeiros planejam resistir. Para evitar "tragédia", ele propõe que a União transfira ao Estado cerca de 7 milhões de hectares. Em troca, o governo estadual cederia outra área para os produtores.

Visita à Folha. Marcio Kayatt, presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Fábio Ferreira de Oliveira, vice-presidente, Arystóbulo de Oliveira Freitas, diretor, e de Reinaldo Antonio De Maria, assessor de imprensa.

Tiroteio

"Ou o ministro Miguel Jorge leu o programa de governo errado, ou baixou nele um espírito tucano. Vamos enviar a ele a proposta que elegeu o presidente Lula."


Do deputado PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre as declarações do ministro do Desenvolvimento em defesa da privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Contraponto

Alerta máximo

Arthur Virgílio (PSDB-AM) usou ontem a tribuna do Senado para denunciar uma suposta venda ilegal de armas que o governo brasileiro teria feito à Venezuela.
Vários colegas do tucano aproveitaram a deixa para fazer apartes sobre a crise entre Colômbia, Equador e Venezuela, o que estendeu o debate por mais de duas horas. Durante esse período, algumas intervenções foram interrompidas por um agudo ruído de microfonia.
-Peço que verifiquem se há algum celular ligado no plenário. Pode ser essa a razão da interferência-, observou Magno Malta (PR-ES), que presidia a sessão.
Ao que Virgílio arrematou:
-Só espero que não seja bomba do Chávez!


Próximo Texto: Ministério do Trabalho lidera convênios irregulares, diz CGU
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.