São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002

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TSE

Eleitor terá que digitar 19 números e seis vezes a tecla "confirma" para escolher deputados, senadores, governador e presidente

115 milhões põem à prova votação eletrônica

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Às 8h de hoje, 335.871 urnas eletrônicas estarão ligadas para receber os votos que decidirão a eleição para presidente mais acirrada dos últimos anos e as disputas para governador, senador, deputados federal e estaduais. Estão cadastrados 115.254.113 eleitores.
O superesquema de apuração montado pela Justiça Eleitoral poderá ser insuficiente para permitir que o resultado da votação à Presidência seja conhecido antes da meia-noite, apesar de previsão otimista do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Nelson Jobim. Há o risco de neste horário permanecerem as duas principais dúvidas: se haverá ou não segundo turno e, caso haja, se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai disputá-lo com José Serra (PSDB) ou com Anthony Garotinho (PSB).
Ontem à noite, em cadeia nacional de rádio e TV, Nelson Jobim convocou a população a participar da eleição: "Ninguém pode impor o seu voto, ninguém pode coagi-lo a votar em qualquer pessoa, que não sejam as pessoas de sua predileção e de sua escolha".
A expectativa do TSE é que 90% dos votos estejam apurados até a meia-noite e que todos tenham sido contabilizados e divulgados até as 18h de amanhã. Jobim espera que o resultado seja proclamado até quarta-feira. Nesse caso, o horário gratuito do eventual segundo turno começaria na sexta.
Pode haver incerteza sobre o resultado com a apuração parcial, porque as pesquisas indicam as possibilidades de Lula ser eleito no primeiro turno com pequena margem de diferença em relação aos concorrentes e de Serra e Garotinho terem votações próximas.
A votação será das 8h às 17h. O TSE recomenda a ida à seção logo no início do dia para escapar de fila. O eleitor de Estado de São Paulo, onde 36% das seções têm mais de 500 votantes, estaria mais exposto à espera. Outra recomendação do TSE contra a demora é que todos levem a "cola", anotação com os números dos candidatos.
O eleitor terá que digitar 19 números e seis vezes a tecla "confirma" para registrar a escolha para deputados federal e estadual, dois senadores, governador e presidente. O tempo médio do eleitor na cabine de votação está estimado em 1 minuto e 15 segundos.
O TSE aposta na experiência adquirida. A urna eletrônica estreou em 1996 e, pela segunda vez, será utilizada por todo o eleitorado do país. Após as 17h ou o momento em que o último eleitor de cada seção terminar de votar, o mesário encerrará a votação e imprimirá cinco vias do boletim de urna, com o resultado da votação. Depois poderá imprimir outras cinco vias para fiscais de partidos.
Em seguida os dados arquivados na urna serão criptografados (embaralhados) e gravados em um disquete, que o presidente da seção, um funcionário da Justiça Eleitoral ou dos Correios levará a um dos 3.500 pontos de transmissão dos resultados. Nesses locais, que são em geral cartórios ou zonas eleitorais, os disquetes serão recebidos e enviados para o Tribunal Regional Eleitoral do Estado, que transmitirá as informações nele contidas para o TSE.
A transmissão de dados será feita por linha telefônica ou satélites, mas o secretário de Informática do TSE, Paulo Camarão, disse que não há nenhum risco de ação de hackers ou fraude porque o sistema funcionaria em rede fechada.
Estão previstos 710 pontos de transmissão por satélite, sendo 378 por meio de antenas fixas, 282 por telefones móveis e 50 por aparelhos Nera, um modelo mais antigo, instalados em barcos. O tribunal informou ter desembolsado R$ 316 milhões nas eleições.


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