São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002

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RIO DE JANEIRO

Pesquisa feita ontem e anteontem indica que ela tem 53% das intenções de votos válidos

Rosinha pode ganhar no primeiro turno

RAFAEL CARIELLO
DA SUCURSAL DO RIO

Pesquisa Datafolha indica que Rosinha Matheus (PSB) tem percentual de intenções de votos suficiente para vencer a eleição já hoje, no primeiro turno.
A pesquisa foi realizada ontem e anteontem e ouviu 2.106 pessoas. Pelo levantamento, ela chegou a 53% dos votos válidos -a margem de erro é de dois pontos percentuais. Para ser declarada vitoriosa no primeiro turno, é necessário que a candidata tenha mais de 50% dos votos válidos.
A governadora Benedita da Silva (PT) é a segunda colocada na pesquisa, com 19% dos votos válidos. Vêm a seguir Jorge Roberto Silveira (PDT), com 15%, e Solange Amaral (PFL), com 11%.
Integrantes das equipes de campanha de Benedita e de Jorge Roberto admitem erros e hesitações nas estratégias das campanhas.
Isso teria contribuído, acreditam, para que Rosinha aparecesse hoje com tamanha vantagem.
Orlando Guilhon, coordenador da campanha de Benedita, diz que "os erros foram poucos", mas admite que o PT passou grande parte da campanha hesitando entre atacar ou não Rosinha e seu marido, o ex- governador Garotinho.
"Tínhamos algumas indefinições em relação ao limite do que bater na Rosinha e no Garotinho. Fizemos algumas denúncias importantes, como a situação do rombo financeiro [supostamente deixado por Garotinho". Mas procuramos não ser excessivamente agressivos", diz. "Essa foi a nossa maior dificuldade: como caminhar nesse meio termo."
Essa hesitação, diz Guilhon, teria colaborado para o crescimento da candidata do PSB. "Talvez a gente não tenha sido suficientemente competente para esvaziar a candidatura da Rosinha, que cresceu excessivamente. Depois, para "desinchar", foi mais complicado."
Guilhon diz que Rosinha, em grande parte da campanha, "não teve oposição consistente". "Mesmo nós do PT, como tínhamos participado da primeira etapa do governo Garotinho, tivemos dificuldade de nos diferenciar do projeto Rosinha-Garotinho", afirma o coordenador de Benedita.
Assessores de Jorge Roberto, que preferiram não ser identificados, dizem que o próprio candidato interferiu de maneira errada na campanha, mudando frequentemente a estratégia da candidatura e a linha dos programas no horário eleitoral. Em setembro, a três semanas do primeiro turno, a equipe que realizava a propaganda de TV foi substituída.
A principal crítica é de que o candidato não foi capaz de apresentar um projeto para o Estado. Preferiu em seus programas falar das três gestões na Prefeitura de Niterói e tratar de questões sem relação direta com a campanha, como a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007.
"Jorge Roberto é o contrário da Rosinha. Ela está muito menos preparada que ele para ser governadora, mas muito melhor preparada para fazer campanha", diz um coordenador do candidato.
A campanha bem sucedida de Rosinha, segundo os assessores de Benedita e Jorge Roberto, se deveria também aos programas sociais realizados por ela à frente da Secretaria de Ação Social do governo de Garotinho e à sua boa capacidade de comunicação.
"Os programas sociais de Garotinho pegaram muito bem na população de baixa renda. Têm cunho assistencialista, populista, mas, na situação de miséria que vive nosso povo, fazer restaurante a R$ 1, por exemplo, acaba contagiando um setor expressivo da população", diz Guilhon.



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