GABRIELA ATHIAS
ENVIADA ESPECIAL A RIO BRANCO

Os eleitores do Acre vão às urnas após passar a semana vendo na TV e lendo nos jornais locais uma guerra de acusações entre os dois principais candidatos: Jorge Viana (PT), que concorre à reeleição, e o ex-prefeito de Rio Branco Flaviano Melo (PMDB).
Os últimos dias são um bom termômetro para medir a temperatura da disputa, na qual Viana tem 67% dos votos válidos, segundo pesquisa do Ibope divulgada ontem. Na mesma pesquisa, Melo tem 31%.
Na reta final das eleições, o jornal que apóia Viana acusou Melo (baseado em documentos) de ter desviado R$ 500 mil em valores atualizados dos cofres estaduais para a conta da ex-mulher Antônia Cruz Melo, em janeiro de 89, quando era governador. Melo nega. No entanto o caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal.
Já o jornal que apóia Melo divulgou uma fita, gravada em 99, na qual Viana diz que jornalistas locais que recebem propina vão ser 'tratados como negros". Na conversa, recheada de palavrões, ele xinga a mãe do ex-governador Orleir Cameli (PFL).
A assessoria diz que a fita é montada e tentou, sem sucesso, brecar a divulgação.

Investigação
Para completar, o Tribunal Superior Eleitoral está investigando uma suposta relação entre do narcotráfico com o TRE local. A procuradoria Geral da República nomeou um observador, que está em Rio Branco, para acompanhar as eleições.
Já a Justiça impediu saques acima de R$ 10 mil, nos dias 3 e 4, para coibir compra de votos. Nas últimas 48 horas duas pessoas já foram presas em flagrante por esse motivo.
Mil homens das polícias Federal, Civil, Militar e do Exército estarão nas ruas para impedir a prática.



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