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DISTRITO FEDERAL
Suposto envolvimento de Joaquim Roriz, candidato à reeleição, dá fôlego a adversários
Denúncia de grilagem pode levar a 2º turno
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O suposto envolvimento do governador Joaquim Roriz (PMDB)
em um esquema de grilagem de
terras públicas pode levar a eleição no Distrito Federal para o segundo turno. Nas pesquisas, a diferença entre Roriz e a soma dos
outros candidatos, que já foi de 14
pontos percentuais, caiu para
quatro pontos percentuais.
Caso ocorra segundo turno, o
DF assistirá pela terceira vez a disputa direta entre Roriz ou aliados
dele e o PT. Em 1994, o candidato
apoiado por Roriz -Valmir
Campello, então no PTB- perdeu para Cristovam Buarque, ex-reitor da UnB (Universidade de
Brasília) e estreante em eleições à
época. Em 98, Roriz venceu a eleição com apenas três pontos de
vantagem sobre Cristovam e
acentuou a polarização entre o
"azul", cor que o governador utiliza, e o vermelho, que do PT.
O acirramento entre os militantes de Roriz e do PT levou o TRE
(Tribunal Regional Eleitoral) a
pedir reforço policial para impedir que ocorram conflitos hoje.
Nesta eleição presidencial, com
o favoritismo de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), Roriz está tentando
ganhar os votos de eleitores petistas. No último programa do horário eleitoral gratuito, o programa
de Roriz mostrou imagens de Lula, trajando uma camisa azul, em
um comício em Brasília, e um locutor dizendo: "No fundo, no
fundo, Lula também é Roriz".
Lula esteve em Brasília na semana passada para tentar alavancar a
candidatura de Geraldo Magela
(PT), que está em segundo lugar
nas pesquisas com 35% dos votos
válidos, de acordo com pesquisa
Ibope divulgada ontem. Os outros candidatos são Rodrigo Rollemberg (PSB), com 6%, Benedito Domingos (PPB), com 7%, e
Carlos Alberto (PPS), com 1%.
Roriz lidera com 50%.
O favoritismo de Roriz foi abalado pela divulgação de conversas
telefônicas, gravadas pela Polícia
Federal com autorização judicial,
que o envolveriam em suposto esquema de grilagem. O TRE proibiu a Folha e outros meios de comunicação (jornais, rádios e
emissoras de televisão) de divulgar os diálogos contidos nas fitas.
Nas conversas, Pedro Passos,
candidato a deputado distrital pelo PSD e acusado de parcelamento ilegal de terras e grilagem, pede
ao governador a interrupção de
fiscalização da Terracap (estatal
que administra as terras públicas
de Brasília) em condomínio residencial de classe média. O projeto, irregular, estava sendo tocado
por Passos e seu irmão, Márcio.
Diante das denúncias, deputados de oposição protocolaram na
Câmara Legislativa do DF um pedido de impeachment do governador. O pedido deverá ser arquivado, pois Roriz possui maioria.
O governador também é réu em
duas ações cíveis na Justiça Federal que investigam o parcelamento ilegal de terras e é alvo de uma
notícia-crime no STJ (Superior
Tribunal de Justiça).
Além das denúncias de suposto
envolvimento com grilagem de
terras públicas, Roriz é acusado
pela oposição de utilizar a máquina do governo para favorecer sua
campanha e de tentar fraudar a
eleição. A assessoria de imprensa
de Roriz nega as acusações.
O governador esteve no Ministério da Justiça e no Ministério
Público para dizer que apóia as
investigações e que abriria mão de
seus sigilos fiscal e bancário.
A Procuradoria Regional Eleitoral entrou com uma ação no TRE
contra Roriz por uso indevido da
máquina do governo em favor da
sua candidatura à reeleição. Roriz
teria prometido doar lotes a eleitores em comício.
(SANDRO LIMA)
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