DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS

Depois de ter sido obrigada a desistir da candidatura à Presidência por causa da descoberta de R$ 1,34 milhão em dinheiro na sede da empresa Lunus, sete meses atrás, a ex-governadora Roseana Sarney (PFL) se irritou com a nova apreensão de dinheiro feita ontem pela Polícia Federal.
Em entrevista concedida ontem, na casa do ex-presidente José Sarney, Roseana culpou o candidato José Serra (PSDB) pelo novo golpe sofrido pela família.
"É coisa do Serra, da corriola do Planalto, desse pessoal que não deu jeito no Brasil. É por isso que o Lula está no primeiro lugar na pesquisa", disse. Roseana acusou o Ministério Público Federal e a Polícia Federal de estarem agindo politicamente, e disse que vai processá- los depois da eleição.
Ela disse que a prisão do coronel e a apreensão do dinheiro é perseguição ao Maramhão, ao Nordeste e à mulher, apesar de dizer que não considera que vá ser, pessoalmente, afetada pelo caso. Roseana repetiu o argumento do comitê de campanha da coligação, de que o dinheiro se prestava ao pagamento de despesas de campanha e de honorários de advogados.
Indagada por que o comitê não pagava aos advogados por depósito bancário, ela afirmou que os advogados, assim como os publicitários, exigem parte do pagamento em dinheiro vivo: "Nizan Guanaes [publicitário de Serra] e Lavareda recebem uma parte em cheque e outra em dinheiro".
A ex-governador disse que o pagamento em dinheiro não é ilegal: "Estamos em uma campanha política. Se não me falha a memória, José Reinaldo declarou que iria gastar até R$ 8 milhões na campanha. Então, é totalmente legal".
Roseana repetiu, várias vezes, que a prisão do coronel Pantoja teria sido uma armação. "Já fui vítima dela, e continuo sendo", afirmou, referindo-se ao caso Lunus.
"As pessoas fazem crer uma tese que não é verdadeira. É uma irresponsabilidade. Em uma região com mais de 1 milhão de votos, dizer que R$ 300 compram votos é uma irresponsabilidade completa", afirmou, em resposta à ação da Polícia Federal. Ela disse que a Polícia Federal, "em vez de prender bandidos, está prendendo pessoas de bem".



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