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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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PAINEL

Quem diria
Uma pessoa que se identificou como sendo o Cabo Anselmo, um dos personagens mais controversos do regime militar, procurou o Ministério da Justiça dias atrás para saber o que tem de fazer para receber indenização como perseguido político.

Curriculum vitae
José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, liderou revolta de marinheiros no Rio em 1964 e militou na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). Preso pelo Dops em 1971, mudou de lado e passou a trabalhar para o regime, entregando antigos companheiros para a repressão militar.

A conferir
O contato entre o suposto Cabo Anselmo, que disse viver em Paris, e o ministério foi feito por telefone. Ele foi informado de que, em tese, tem condições de receber o benefício, pois foi expulso da Marinha. Mas ele ainda não deu entrada no processo.

Passado à porta
A sondagem deixou inquieta a Marinha, que teme se desgastar caso a pessoa que procurou o governo seja realmente o Cabo Anselmo. Entre ativistas dos direitos humanos comenta-se que ele perdeu a proteção que tinha de antigos militares e passa por dificuldades financeiras.

Proposta polêmica
O governo Lula deverá enviar ao Congresso até o início do mês de setembro um projeto que modifica as regras de atuação das agências reguladoras.

Mais uma
Lula deve ir à Venezuela no final do mês assinar um acordo de cooperação comercial com Hugo Chávez. O primeiro ponto será a exportação de US$ 100 milhões em automóveis da GM brasileira para o país vizinho.

Motivo oficial
O PSDB de São Paulo fará um jantar no próximo dia 28 para comemorar os 15 anos do partido (que foram completados no dia 25 de junho). Será a primeira vez que FHC, após deixar a Presidência, participará de um evento público do partido.

Política de governo
O Fórum Nacional dos Secretários da Assistência Social divulgará um manifesto pelo qual defenderá que o governo Lula unifique rapidamente todos os seus programas sociais.

Linha tênue
A Matisse, uma das três vencedoras da licitação da publicidade do governo Lula, qualificou-se com uma peça que seria ilegal se fosse utilizada pela União. Motivo: a Constituição proíbe a propaganda oficial de citar o nome de autoridades. A Matisse usa frase com aspas de Lula.

Proposta técnica
Numa das peças que a qualificou, a Matisse ignora o princípio da impessoalidade: "Sabemos do compromisso desse governo com a reforma agrária e vamos fazê-la -Luís Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil". Detalhe: a agência errou o nome do petista, que se escreve com "z".

Sono inadiável
Miguel Arraes, presidente do PSB, não compareceu à votação da contribuição de inativos, na madrugada da última quinta-feira. Ninguém teria conseguido acordá-lo para participar da sessão na Câmara dos Deputados.

Crime organizado
Deputados que integram a Comissão de Defesa do Consumidor começaram a coletar assinaturas para requerimento propondo a abertura de uma CPI para investigar a atuação de seguradoras de veículos que seriam coniventes com quadrilhas de roubo de carros.

Primeiras pistas
A proposta de pedir uma CPI foi lançada após audiência com Ângelo Coelho, presidente do Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura de SP. Apresentando documentos, denunciou a suposta conexão de seguradoras com o roubo de veículos.

TIROTEIO

Do líder do PFL na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (BA), sobre José Genoino (PT) ter dito que as vaias que levou na sexta de servidores de Alagoas "vieram da direita":
-Agora, para o PT, funcionário público para ser de esquerda tem de comer pimenta e dizer que é refresco.

CONTRAPONTO

Ao gosto do patrão

Os líderes dos partidos da base governista na Câmara reuniram-se na última segunda-feira com Lula, no Palácio do Planalto, para tentar um acordo que permitisse a votação da reforma da Previdência.
A principal questão que atrapalhava a votação era o subteto salarial do Judiciário: Lula defendia que fosse de 75% do salário de um ministro do Supremo e o Judiciário queria 90,25%.
No final da reunião, o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse à imprensa que o acordo estava próximo:
-Há 90% de chance de o acordo ser fechado.
-O subteto será de 90%?- questionou um repórter.
Rindo, Aldo mudou a resposta para agradar ao presidente:
-Não! Há 75% de chance de o acordo ser aprovado como quer o presidente Lula.
No final, o subteto ficou mesmo em 90,25%.



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