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SÃO PAULO
Marta e Erundina querem secretariado com pessoas do campo rival
Candidatas defendem coalizão
DA REPORTAGEM LOCAL
Algumas pessoas podem vir a
ocupar cargos no primeiro escalão da Prefeitura de São Paulo independentemente de qual candidata for eleita, Marta Suplicy (PT)
ou Luiza Erundina (PSB).
É o caso do deputado estadual
Cesar Callegari, do partido de
Erundina, que, segundo Marta,
poderia ser convidado para ser
seu secretário de Educação.
As duas afirmam que pretendem fazer um governo de coalizão e que querem pessoas do partido da rival no secretariado.
"O PSB tem quadros muito
bons que certamente poderiam
participar da minha administração", afirma Marta.
"Vou querer ter o PT no governo, se eu for eleita. E também estarei apoiando a Marta, caso ela
ganhe", diz Erundina.
Na prática, a declaração enfraquece a estratégia petista de mostrar que, como quase todos os secretários que foram de Erundina
em sua gestão (1989-92) apóiam
Marta, ela, por isso, teria condições de fazer um governo melhor.
A ex-prefeita trabalha com a
idéia de formar o secretariado
com pessoas que apoiaram outros
candidatos, inclusive com alguns
de seus colaboradores do primeiro governo que estão com Marta.
Mas a preocupação do PT em
mostrar que os ex-secretários de
Erundina estão com Marta também é uma estratégia para anular
críticas feitas por Erundina e Paulo Maluf (pré-candidato pelo
PPB) de que Marta não tem experiência administrativa -ela só
ocupou cargos no Legislativo.
"Toda a equipe que está comigo é
bastante experiente", diz a petista.
Na semana passada, Mário Sergio Cortella, secretário da Educação de Erundina, foi à TV para
participar do programa gratuito
do PT. A participação de outros
ex-secretários de Erundina também deverá ocorrer na TV.
"Se falarmos de saúde, o Eduardo Jorge (da pasta na gestão anterior) pode dar um depoimento e
assim por diante", diz Valdemir
Garreta, coordenador de comunicação da campanha.
Erundina afirma que nunca negou o mérito de sua equipe de governo, que hoje está com Marta,
mas diz que "a cidade de São Paulo tem ótimas universidades, que
formam excelentes quadros técnicos que poderão se juntar a nós
para administrar a cidade".
Ela acredita que, se eleita, terá
"mais abertura" para formar o secretariado e trazer pessoas de outros partidos, ao contrário do que
ocorreu em sua primeira gestão.
"Desta vez são necessários muitos outros acertos. A situação social do país se agravou e, por isso,
é preciso acertar muito mais."
As duas dizem não se preocupar
com o "DNA" dos projetos realizados no mandato anterior.
Para Marta, "as pessoas sabem
que foram realizações do PT". Para Erundina, "foi um trabalho feito em equipe", mas a responsabilidade última era dela.
(FÁBIO ZANINI E ROBERTO COSSO)
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