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SÃO PAULO
Em troca do cargo de vice-prefeito, partido deverá se coligar com o PFL e apoiar candidatura do senador Tuma
PMDB expõe "fraturas" em convenção
LUCAS FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL
Rachado, o PMDB realiza hoje
convenção para decidir sua posição na disputa pela Prefeitura de
São Paulo. A tendência é que a base do partido -pró-candidatura
própria- seja "atropelada" pela
cúpula -favorável a uma coligação com o PFL.
Os dois principais líderes do
partido em São Paulo (o ex-governador Orestes Quércia e o presidente da Câmara, Michel Temer) defendem que o partido
abra mão da candidatura própria
e apóie o nome de Romeu Tuma,
senador pelo PFL.
O vice na chapa PFL-PMDB deverá ser um peemedebista, cujo
nome será decidido em nova convenção, no dia 25 de junho.
A formação da chapa foi articulada pelos caciques nacionais dos
dois partidos. Até ontem, Quércia
e Temer trabalhavam para que a
decisão fosse aceita pela base do
partido.
Resistência à coligação
Na convenção de hoje, votarão
170 delegados. O número total de
votos, no entanto, será de 251, já
que alguns participantes têm direito a votar mais de uma vez, pois
acumulam cargos de direção no
partido.
Reunidos num grupo denominado como "Renovação com
Unidade", pelo menos 27 dos 41
diretórios do partido defendem a
candidatura própria.
Mas a resistência do grupo foi
minada com a falta de opções de
nomes de expressão. Só há dois
pré-candidatos até agora: Tonico
Ramos (ex-deputado estadual) e
Bebeto Haddad (quarto suplente
de deputado federal).
O grupo sofreu um baque na
quinta-feira, quando Michel Temer -que vinha resistindo à coligação com o PFL, proposta por
Quércia- recuou e decidiu
apoiar o nome de Tuma.
Temer classificou a coligação de
"circunstancial" e disse que não
há outra alternativa para manter o
PMDB unido.
"A coligação com o PFL será
imposta", disse o presidente do
diretório do Jaçanã, Carlos Silva,
após saber da mudança de posição de Temer.
Pressão e boatos
A pressão sobre a base inclui até
boatos de que a direção nacional
do PMDB poderia intervir no diretório municipal, caso a convenção de hoje não homologue o
apoio à candidatura de Tuma.
Mesmo enfraquecidos, até na
sexta-feira passada, líderes regionais do partido se queixavam publicamente do acordo com os pefelistas fechado pela cúpula.
"Não concordamos com a coligação com o PFL, que tem um
projeto diferente do nosso", disse
o presidente do diretório da Lapa
e integrante da direção estadual
do partido, Arlon Viana.
Segundo ele, as negociações entre os caciques do PMDB e do PFL
para formação da chapa incluem
um acordo para a eleição de 2002,
quando os dois partidos se uniriam em torno da candidatura de
Quércia para o governo estadual.
O ex-governador nega a existência do suposto acordo. "Não
discutimos nada em relação à
eleição de 2002. Ainda é muito cedo para isso", afirmou Quércia.
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