São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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Aldo pede fim da guerra fiscal em discurso em ninho tucano

Em evento na Fundação Mario Covas, presidente em exercício enfatiza necessidade de pacto federativo para concluir reforma tributária no 2º mandato de Lula

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro compromisso oficial como presidente da República em exercício, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) discursou ontem pela manhã a uma platéia composta basicamente por políticos do PSDB e fez um apelo para que se esgote no país "a experiência nociva da guerra fiscal".
Aldo enfatizou a importância de um pacto federativo para concluir a reforma tributária no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao final de uma palestra na Fundação Mario Covas, fez acenos e elogios ao PSDB enquanto exercia seu "dia de Lula" diante dos principais interlocutores de Geraldo Alckmin.
"Nas matérias de interesse nacional creio que o PSDB terá uma posição construtiva. Como oposição, cumprirá sua missão de cobrar, de fiscalizar." Segundo ele, o PSDB "tem lideranças maduras e capazes" de compreender essa relação.
E as lideranças tucanas presentes entenderam o recado -ou o pedido indireto de apoio para votações importantes. "Não sei se o Aldo falou por ele ou pelo governo, mas o discurso é correto. Faltam poucos detalhes para votarmos o ICMS unificado. Acredito que haverá apoio do PSDB", afirmou o deputado federal Sílvio Torres.
Eleito deputado federal, Edson Aparecido (PSDB-SP), que foi líder do governo Alckmin na Assembléia, disse que "há elementos comuns" na agenda citada por Rebelo e a do partido. "A questão fiscal e o novo pacto federativo seguramente estarão na agenda do PSDB", disse.
Segundo João Carlos Meirelles, que coordenou a campanha de Alckmin, a reforma tributária "é tese central do PSDB". Apesar de ponderar que a reforma não foi concluída por pendências entre São Paulo e Goiás, Aldo disse que o Estado fez concessões importantes para que parte do ICMS seja cobrado no destino, e não na origem, um dos itens da reforma.
Aldo prestou homenagens a Mario Covas e se lembrou de ter sido ajudado por ele quando "recolhido nos estertores do regime autoritário às salas do Dops". Disse que o tucano foi o exemplo da "tolerância". Negou que tanta desenvoltura em ninho tucano esteja ligada às pretensões de disputar a reeleição à presidência da Câmara. A visita, disse, estava agendada.


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