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No Congresso, nomeação divide as opiniões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No Congresso, deputados e
senadores se dividiram ao avaliar a nomeação do ex-presidente do Supremo Tribunal
Federal Nelson Jobim para
ocupar o Ministério da Defesa,
em substituição a Waldir Pires.
Líderes do DEM criticaram
"a opção política" em detrimento da escolha de um nome
com perfil técnico. "Espero que
a troca esteja à altura da crise,
entendo que a solução foi eminentemente política", disse o
líder da bancada no Senado, José Agripino Maia (RN).
"O presidente Lula insistiu
na fórmula que já deu errado, a
saída política. Qual é o passado
do ministro Jobim em relação
às Forças Armadas? Qual o conhecimento técnico dele na
área?", disse o líder na Câmara,
Onyx Lorenzoni (RS).
Onyx afirmou ainda que a opção visava "pagar a fatura" pelo
fato de Jobim ter desistido de
disputar a presidência do
PMDB porque não obteve
apoio do Palácio do Planalto.
O líder do PSDB na Câmara,
Antonio Carlos Pannunzio
(SP), afirmou que a nomeação
"traz a expectativa de mais
competência e autoridade" em
relação a Pires, "que comprovou total incapacidade para ser
ministro". "Se tiver pulso para
trabalhar como deve, pode vir a
ser um bom ministro", disse.
Ele também defendeu a
substituição da direção da Infraero e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). "Um
ministro da Defesa não pode fazer milagre sozinho."
Para a líder do PT no Senado,
Ideli Salvatti (SC), Jobim tem o
perfil de "gestor" para o momento de crise aérea. "Ele tem
um perfil já conhecido de credibilidade e assume diante de
uma nova configuração", disse.
Para o deputado Vic Pires
(DEM-PA), o novo ministro terá que "ter carta-branca para
colocar os militares nos eixos",
caso contrário a mudança terá
sido inútil. "Não pode um bando de sargento Garcia sem o
Zorro. Tem que ter estatura e
comando", disse.
"Acho que foi uma escolha
correta, ele tem experiência na
Justiça, no Supremo, tem autoridade sem ser autoritário e se
tiver carta-branca do presidente pode fazer. Imagino que não
entrou para fazer graça, pode
fazer a limpeza necessária e organizar o setor. Se não tiver
carta-branca e dinheiro não vai
dar conta, nem ele nem Jesus
Cristo", disse Demóstenes Torres (DEM-DO), relator da CPI
do Apagão no Senado.
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