São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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No Congresso, nomeação divide as opiniões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No Congresso, deputados e senadores se dividiram ao avaliar a nomeação do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim para ocupar o Ministério da Defesa, em substituição a Waldir Pires.
Líderes do DEM criticaram "a opção política" em detrimento da escolha de um nome com perfil técnico. "Espero que a troca esteja à altura da crise, entendo que a solução foi eminentemente política", disse o líder da bancada no Senado, José Agripino Maia (RN).
"O presidente Lula insistiu na fórmula que já deu errado, a saída política. Qual é o passado do ministro Jobim em relação às Forças Armadas? Qual o conhecimento técnico dele na área?", disse o líder na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS).
Onyx afirmou ainda que a opção visava "pagar a fatura" pelo fato de Jobim ter desistido de disputar a presidência do PMDB porque não obteve apoio do Palácio do Planalto.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), afirmou que a nomeação "traz a expectativa de mais competência e autoridade" em relação a Pires, "que comprovou total incapacidade para ser ministro". "Se tiver pulso para trabalhar como deve, pode vir a ser um bom ministro", disse.
Ele também defendeu a substituição da direção da Infraero e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). "Um ministro da Defesa não pode fazer milagre sozinho."
Para a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), Jobim tem o perfil de "gestor" para o momento de crise aérea. "Ele tem um perfil já conhecido de credibilidade e assume diante de uma nova configuração", disse.
Para o deputado Vic Pires (DEM-PA), o novo ministro terá que "ter carta-branca para colocar os militares nos eixos", caso contrário a mudança terá sido inútil. "Não pode um bando de sargento Garcia sem o Zorro. Tem que ter estatura e comando", disse.
"Acho que foi uma escolha correta, ele tem experiência na Justiça, no Supremo, tem autoridade sem ser autoritário e se tiver carta-branca do presidente pode fazer. Imagino que não entrou para fazer graça, pode fazer a limpeza necessária e organizar o setor. Se não tiver carta-branca e dinheiro não vai dar conta, nem ele nem Jesus Cristo", disse Demóstenes Torres (DEM-DO), relator da CPI do Apagão no Senado.


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