|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para russos, proposta
não tem precedentes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do grupo Sukhoi,
Mikhail Pogosyan, afirma que a
proposta militar e comercial na
oferta do caça multifunção Su-35
"não tem precedentes" por integrar ao produto um acordo de
compensações comerciais de até
US$ 3 bilhões. Em entrevista à Folha durante sua passagem pelo
Brasil, na semana retrasada, Pogosyan defendeu tanto o produto
quanto o suporte pós-venda.
(IG)
Folha - Qual sua expectativa sobre a F-X? O Brasil está trabalhando
em um acordo maior com a Rússia, envolvendo commodities e tecnologia espacial. Como o sr. vê isso?
Mikhail Pogosyan - Nossa participação na licitação é realizada de
forma paralela à dinâmica do desenvolvimento das relações entre
Brasil e Rússia, sendo parte integral desse contato. Depositamos
muitas esperanças na licitação.
Folha - O senhor pode comparar
sua proposta de offset com a dos
seus concorrentes?
Pogosyan - Só posso falar do que
nós oferecemos. Nosso offset direto inclui a construção de um
centro de técnica e manutenção e
de transferência de tecnologia supersônica, permitindo a aquisição
de capacidade de design e construção desse tipo de avião. Além
disso, há o offset indireto, que irá
transferir mais de 40 tipos de tecnologia relacionada à área aerospacial, em especial espaço. Podemos dizer que o pacote de propostas é sem precedentes.
Folha - O senhor fala em um centro de US$ 240 milhões. O quão sólida é a proposta? Ele não seria condicionado à eventual aquisição de
mais aviões?
Pogosyan - A proposta está no
papel, oficial. O centro permitirá
exportar e explorar efetivamente
os aviões em todo o seu ciclo vital.
O desenvolvimento dos aparelhos, ao longo de sua vida, poderá
criar postos de trabalho.
Folha - A FAB diz que o F-X visa
criar um novo padrão na sua frota
ao longo dos anos. Mas tal medida
implicaria a incorporação dos armamentos russos aos equipamentos ocidentais, como o caça tático
F-5. Essa integração não seria muito custosa?
Pogosyan - No processo dos trabalhos conjuntos com nossa parceira Avibrás, à margem da licitação, nós estudamos detalhadamente as possibilidades de fazer
essa integração. Ela é claramente
qualificada para isso.
Folha - Vocês estão dispostos a
negociar com a Embraer?
Pogosyan - Sim, totalmente.
Folha - Críticos temem problemas, caso a Sukhoi ganhe, com sobressalentes e suporte pós-venda.
A agência de notícias Reuters divulgou no fim do ano que houve
problemas com motores dos Sukhoi-30 feitos sob licença na Índia.
O que senhor tem a dizer?
Pogosyan - É difícil falar sobre a
notícia porque ela não é real. Não
houve problemas. Sobre o suporte, posso dizer que nossa proposta
traz um esquema flexível de fornecimento de peças sobressalentes, que permite assegurar o uso
ininterrupto do avião. Nós também propomos criar o centro de
manutenção, em paralelo com o
fornecimento de peças.
Texto Anterior: Consórcio anglo-sueco aceita trabalho conjunto Próximo Texto: EUA têm interesse em acordo com brasileira Índice
|