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EUA têm interesse em
acordo com brasileira
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para a norte-americana Lockheed Martin, a Embraer acabará
prejudicada por ter definido desde o início da F-X sua parceria
com os franceses da Dassault. Richard Singer, diretor para Américas da Lockheed, afirma, porém, que os americanos têm, sim, interesse em se associar com a Embraer -as duas empresas são parceiras na oferta de um avião-radar brasileiro aos EUA.
(IG)
Folha - Qual a expectativa da Lockheed Martin neste estágio final da
concorrência?
Richard Singer - A inclusão do
comitê interministerial no processo de seleção vai introduzir outros critérios de seleção diferentes
daqueles definidos pela FAB.
Qualquer análise vai mostrar que
nossa oferta vai dar à FAB o melhor e mais bem-sucedido caça do
mundo e ainda proverá o Brasil
com um meio de fortalecer sua relação comercial, tecnológica e política com os EUA.
Folha - O senhor pode falar sobre
a proposta de offset comercial oferecida à FAB?
Singer - Nos últimos 30 anos,
nós completamos de forma bem-sucedida US$ 30 bilhões em programas de offset em todo o planeta e nunca deixamos de cumprir
alguma obrigação de cooperação
industrial.
Folha - O governo diz que a indústria aerospacial brasileira vai participar da integração do novo caça
de um jeito, ou de outro. Como o
senhor lê isso?
Singer - Sempre que uma nação
faz uma aquisição importante de
um novo avião, como no caso do
F-X, a indústria nacional vai -e
deve- participar. Dependendo
do tamanho e do tipo do programa, essa participação pode ir de
suporte logístico até a produção
total. No caso do F-16, é importante notar que mais de 4.000 unidades do avião já foram feitas, e
que 900 dessas foram produzidas
fora dos EUA.
Folha - Se o F-16 ganhar, vocês
trabalhariam com a Embraer?
Singer - O fato de a Embraer, a
principal indústria aerospacial
brasileira, ter decidido participar
da F-X como concorrente certamente foi um motivo de preocupação para nós, principalmente
porque evitou que nós ou outros
competidores tivéssemos discussões construtivas com ela.
Nós não acreditamos que essa
posição acabe, no fim das contas,
sendo benéfica para a Embraer, já
que ela limita suas opções de cooperação com outras empresas. Se
o F-16 for selecionado, nós estamos abertos para discussões sérias com todas as empresas brasileiras, inclusive com a Embraer. O
fato é que a Embraer e a Lockheed
já estão trabalhando juntas em
outras áreas. Esperamos que esse
relacionamento possa incluir um
escopo maior de programas.
Folha - Como está a questão da
autorização de venda de mísseis
americanos?
Singer - O governo autorizou a
venda de mísseis para combate
além do alcance visual em maio
de 2002. Apesar de eu não poder
falar pelo governo dos EUA, não
vemos nenhuma alteração nesse
quadro.
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