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BIOTECNOLOGIA
Anúncio do nascimento de uma cópia genética humana foi feito anteontem por seita que acredita em ETs
Clone reflete mente "brutal", diz Vaticano
DA REDAÇÃO
O Vaticano condenou ontem o
anúncio do nascimento do primeiro bebê clonado, feito sexta-feira pela química francesa Brigitte Boisselier, ligada à seita Movimento Raeliano. Para a Santa Sé, o
suposto feito reflete uma "mentalidade brutal e privada de toda
consideração ética e humana".
"O anúncio, sem nenhum elemento de prova, já recebeu a condenação moral de uma grande
parte da comunidade científica
internacional. Ele é, na verdade, a
expressão de uma mentalidade
brutal", declarou o porta-voz do
Vaticano, Joaquín Navarro-Valls.
Elio Sgreccia, vice-presidente da
Academia Pontifícia para a Vida,
disse que os governos devem pensar em restrições à clonagem.
"A humanidade precisa se defender, como se defende de armas
nucleares, de experimentos científicas desse tipo, que podem ter
impacto pesado no seu futuro."
A empresa Clonaid, dirigida por
Boisselier e ligada aos raelianos
-seita que acredita que a vida na
Terra foi criada por ETs-, anunciou que o primeiro clone, uma
menina chamada Eva, nasceu na
última quinta-feira em um local
não revelado. Ela seria cópia de
uma americana de 31 anos.
Apesar de ter prometido uma
confirmação genética independente do feito para a próxima semana, Boisselier não apresentou
nenhuma evidência de que realmente obteve um clone.
Embora conceitualmente simples, a clonagem de um animal
adulto -pela qual o DNA de um
único indivíduo é inserido num
óvulo sem núcleo para formar um
embrião- tem problemas técnicos. É quase consenso entre os
cientistas de que não há clones
normais de mamífero, o que leva
a crer que um clone humano não
teria boa saúde.
Para piorar, ninguém até hoje
conseguiu clonar macacos, os parentes mais próximos dos humanos. Por isso, cientistas do mundo
inteiro receberam o anúncio da
Clonaid com ceticismo.
Até os concorrentes da Clonaid
no "negócio" da clonagem reprodutiva, o cipriota-americano Panos Zavos e o italiano Severino
Antinori, apressaram-se em criticar Boisselier. "Não houve evidências. Não é nada, senão palavras", disse Zavos.
Com agências internacionais
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