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Crítica restaurante

Essen faz releitura da cozinha tradicional alemã

Chef Marcelo Vieira não chega a surpreender, mas atrai a atenção com pratos que apontam para novidades

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

É uma cartada diferente, e até arriscada, a do restaurante Essen: servir cozinha alemã modernizada numa cidade como São Paulo que, apesar da justa fama de cosmopolita, nem sempre aceita aquilo que não está enraizado.

E a cozinha alemã segue, na cidade, outros padrões: tem uma pinta mais tradicional, quase sempre no estilo da Bavária, em casas que são muitas vezes mais choperias do que locais para refeições.

Já o Essen quer servir opções mais atuais e sem estereótipos, apoiando-se na existência de uma cozinha moderna na Alemanha e até no fato de ter se iniciado o ano da Alemanha no Brasil, que pode focar em outros aspectos da cultura do país.

A iniciativa foi do chef e sócio-operador da casa, Marcelo Vieira, 40, formado em 2003 pelo Senac de Águas de São Pedro, no interior paulista. Ele já trabalhou no Canvas Bar e Grill e, como consultor, no Gothan, em Alphaville.

No Essen, ele não chega a apresentar uma cozinha original. Não chega a encantar nem a surpreender, mas atrai a atenção. Trata-se de pratos tradicionais, porém, em releituras mais elaboradas e porções mais comedidas.

Servidos num salão que ainda lembra o restaurante japonês que ali existiu, nos Jardins, há itens interessantes, como a sopa de beterraba quente com "quenelle" de queijo e "zest" (raspas da casca) de limão-siciliano --que aponta para uma janela de novidades atraente.

Bem mais interessante que achar que as entradas tradicionais serão modernizadas por serem "todas finalizadas com flor de sal e azeite extravirgem balsâmico reduzido" --azeite extravirgem ou vinagre balsâmico reduzido? Resposta: vinagre. Mas quem disse que combina com tudo?

De toda forma, a invenção não é a tônica. Com apresentações mais atuais, o cardápio continua com itens como steak tartar com alcaparras, batatas rústicas e pepino agridoce (suave, podia ser mais marcante) e um duo de peixes defumados com pão preto e vinagrete de maçã verde.

Como principais, os conhecidos "eisbein" e "kassler", ambos defumados e depois selados, servidos com batatas e chucrute. O "eisbein", joelho de porco, já vem fatiado, em pedaços nem sempre tenros.

O goulash picante com ovos escalfados e purê de batatas é saboroso, desde que se aprecie alho. O bacalhau ao molho riesling com batata duchesse é menos usual --e vem com um toque adocicado do tal balsâmico reduzido (precisava mesmo?).

Na sobremesa, o strudel de maçã tem também apresentação mais moderna --é individual, mas as finas camadas de massa se compactam na base, desagradável. Vem com sorvete de creme.

ESSEN
ENDEREÇO alameda Tietê, 360, Jardins, tel. 0/xx/11/3062-6798
FUNCIONAMENTO ter. a sex., das 12h às 15h30 e das 19h às 23h; sáb., das 13h às 23h30; dom., das 12h às 20h
AMBIENTE o comprido salão lembra ainda o japonês que antes ocupava o ponto
SERVIÇO calmo e correto
VINHOS carta minúscula e fraca, apenas itens muito básicos
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO com manobrista, R$ 16
PREÇOS couvert, de R$ 11 a R$ 15; entradas, de R$ 18 a R$ 34; pratos principais, de R$ 32 a R$ 52; porções, de R$ 18 a R$ 32; sobremesas, de R$ 12 a R$ 24; almoço executivo, R$ 35


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