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Para técnicos, obra ameaça área tombada em Santos

Petrobras constrói torres em Santos que ameaçam imóveis tombados

Edifícios vão acomodar os 6.000 funcionários que vão trabalhar na operação pré-sal no litoral sul de São Paulo

FELIPE CARUSO
DE SANTOS

A construção de três torres no Valongo, iniciada em julho, no centro de Santos (72 km de SP), ameaça bens históricos tombados. Colados ao terreno ficam o Santuário de Santo Antônio do Valongo, de 1640, e a estação do Valongo, de 1837. Dentro da área, há um armazém do século 19.

Os edifícios -um deles com 17 andares e dois subsolos- acomodarão 6.000 funcionários da Petrobras e servirão como sede da empresa nas operações do pré-sal na bacia de Santos.

Nos 456 anos da cidade, é a primeira vez que se constrói algo desse porte no Valongo, uma região de solo de mangue aterrado em que o lençol freático está a menos de um metro de profundidade e que sofre com a alta pressão das águas do canal do porto de Santos, a 50 metros dali.

"Com certeza vai ter acomodação de terra e pequenos abalos que podem levar a danos ao patrimônio", diz o arqueólogo Manoel Gonzalez.

Além das paredes em alvenaria de pedra da igreja, a própria estação do Valongo, tombada pelo patrimônio municipal, corre risco de sofrer abalos com as vibrações causadas pela obra.

Segundo o frei André Becker, responsável pelo local, o restauro do casarão do Valongo (iniciado em 2010), imóvel de três pavimentos que receberá as instalações do Museu Pelé, já foi suficiente para causar tremores no santuário. "O nível de arrojo técnico da fundação feita no museu é menor do que será preciso fazer na construção das torres", diz Hélio Silva Júnior, responsável pela obra do casarão.

De todos os imóveis que podem sofrer danos, o mais ameaçado é um armazém. Dois terços de sua estrutura foram desmontados. O terço restante foi tombado pelo patrimônio estadual.

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