São Paulo, domingo, 05 de janeiro de 2003

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Presidente pode ter se excedido nos cumprimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguém que passe 20 minutos por dia acenando e abraçando pessoas ao longo de cinco meses terá permanecido 50 horas ou 3.000 minutos com os braços levantados. Jornalistas e assessores estimam que o presidente Lula fez mais que isso, considerando apenas o período entre agosto e a posse na quarta-feira.
"Acenar para as pessoas provavelmente agravou a síndrome de impacto do presidente", disse o ortopedista Sergio Checchia, que vem cuidando das dores nos ombros de Lula.
No dia da posse, o presidente quase não relaxou os braços ao longo de quatro horas. Durante a campanha, em metade dos dias ele se apresentava em pelo menos três comícios e consumia, no total, mais de uma hora acenando para as pessoas, abraçando e apertando mãos.
"Ele não negava um abraço, um aperto de mão, um autógrafo", relata Fábio Zanini, repórter da sucursal da Folha em Brasília e que acompanhou o presidente durante toda a campanha.
Um dos gestos adotados pelo então candidato chegava a preocupar os jornalistas. "De cima dos palanques, Lula costumava se debruçar para pegar camisetas, bandeiras e bonés que as pessoas estendiam para que desse um autógrafo", diz Zanini.
Gestos de alto risco para a coluna, para as tendinites e bursites, especialmente para quem não pratica atividade física, como Lula, lembram os ortopedistas. Apertar as mãos até que seria um bom exercício, desde que o autor conservasse postura adequada, impossível no corpo-a-corpo da campanha.


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