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Injeções de remédio devem ser limitadas
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Caio Moreira, diz que pacientes com inflamações no ombro não podem
realizar mais de três infiltrações
de corticóides por ano para alívio
desses sintomas.
Alguns desses hormônios têm
ação antiinflamatória e analgésica, daí o efeito contra a dor.
Segundo ele, o excesso de aplicações, no entanto, enfraquece as
articulações. Isso porque as substâncias injetadas inibem a formação do colágeno, um dos componentes dos tecidos. Para Akira Ishida, professor de ortopedia da
Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), as infiltrações só devem ser realizadas em alguns casos de tendinite calcária do ombro (endurecimento do manguito
rotador, conjunto de tendões).
O reumatologista Morton
Scheinberg, do Hospital Albert
Einstein de São Paulo, explica que
as aplicações devem ser feitas com
a ajuda do exame de ultra-som,
que permite maior precisão do
procedimento.
"Antes se fazia o procedimento
no consultório, meio às cegas",
afirma Scheinberg. "O ultra-som
permite a infiltração exatamente
na região inflamada."
A aplicação fora da região inflamada garante apenas o efeito sistêmico da droga, por meio de sua
dispersão no sangue.
O reumatologista alerta ainda
que a aplicação "às cegas" pode
machucar os tendões. Por isso os
especialistas discutem se, quando
não houver meios de fazer o ultra-som, não é melhor a aplicação do
corticóide nas nádegas.
Fibromialgia e infarto
De acordo com Scheinberg, as
dores no ombro podem ser reflexo de outros problemas que não
as inflamações no local, por isso a
investigação deve ser cuidadosa.
Ele lembra do caso do jornalista
Paulo Francis, que, antes de ter
um infarto do miocárdio, sofria
de dores na região.
Outros problemas que podem
levar a dores nos ombros são tumores, a fibromialgia (síndrome
que gera dores nas fibras musculares), distúrbios do diafragma e
problemas da coluna.
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