São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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SP ampliará projeto para famílias carentes

Prefeitura quer atender 55,3 mil famílias com renda per capita menor que 1/4 do salário mínimo; hoje, são 31,8 mil

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo quer ampliar o programa de atendimento a famílias carentes. A intenção é atender 55,3 mil famílias cuja renda per capita não ultrapassa 1/4 do salário mínimo. Hoje, são 31,8 mil beneficiados.
A primeira avaliação do Programa Ação Família mostra que aumentou o número de pessoas que conseguiram obter documentação e passaram a ser acompanhadas por serviços de saúde. Mas, ao mesmo tempo, em quase 70% das famílias com filhos de zero a seis anos há crianças fora da creche ou escola. E continua alto o total de gestantes que não faz pré-natal (70%). O monitoramento se refere aos seis primeiros meses do projeto, iniciado em 2006.
Segundo o secretário Floriano Pesaro (Assistência e Desenvolvimento Social), há falta de vagas de creches na cidade, o que dificulta o atendimento nessas regiões carentes. Em relação ao pré-natal, ele não sabe explicar o motivo do dado negativo, mas diz que melhorar o atendimento às gestantes será uma missão do programa.
Um dos principais projetos da pasta, o Ação Família atende grupos de alta e muito alta vulnerabilidade social, que geralmente vivem em favelas. O objetivo é assegurar atendimento em escolas e postos de saúde e priorizá-los nos programas de transferência de renda e desenvolvê-la (com cursos).
Nas regiões atendidas, agentes fazem visitas às famílias -como no Programa Saúde da Família. Em cada local há pelo menos um Centro de Referência do Ação Família, com psicólogo e assistente social, onde são feitas reuniões e oficinas.
A análise, diz Pesaro, serve para nortear a continuidade do trabalho. "Não dá para gastar dinheiro sem ter controle do que está acontecendo."
O anúncio da ampliação do programa será feito hoje pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Grande parte dos beneficiados está na zona sul, e a ampliação ocorrerá em diversos pontos, principalmente nas zonas norte e leste. O gasto anual do programa é de 12,7 milhões -o valor já inclui a ampliação das famílias.

Longe da meta
Mesmo com o aumento do atendimento, a prefeitura atinge apenas 16,5% de sua meta, que é de chegar a 337 mil famílias (ou 1,4 milhão de pessoas). Segundo Pesaro, no Orçamento do próximo ano está previsto dobrar o atendimento. "A idéia é avançar para 40% em 2008."
Maria Nunes Santos, com dez filhos (seis moram com ela), freqüenta as reuniões do Ação Família, e foi por meio delas que decidiu voltar a estudar.
"Trabalho como ajudante de cozinha no final de semana, e muitas vezes fazia os sucos errados porque não sabia ler se era de acerola ou de caju", diz ela, atualmente cursando supletivo à noite. Nas reuniões, são discutidos os problemas do bairro -o Jardim Paulistano, na Brasilândia. "O que mais precisamos é de uma urbanização. Temos esgoto a céu aberto e córrego com lixo e rato."


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