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Secretário ameaça lacrar armazéns no entorno do Mercado Municipal
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo e
os donos de armazéns próximos ao Mercado Municipal,
na região central, estão em
disputa. Na área acontece a
venda de frutas -cerca de
2.000 toneladas por noite-,
principalmente para abastecer as feiras livres.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, diz
que os estabelecimentos estão
irregulares e que é preciso organizar os caminhões que
"vendem e emporcalham a
rua com 30 toneladas de lixo".
Ele afirma que poderá lacrar os pontos que não se legalizarem. No total, segundo a
prefeitura, há 54 armazéns
sem alvará de funcionamento.
Os responsáveis pelos armazéns, entretanto, afirmam
que tentam desde 2005 obter
o alvará, mas não conseguem.
E reclamam do fato de a prefeitura querer tirá-los do local.
De acordo com a União dos
Distribuidores de Frutas, associação formada pelos armazéns localizados na área da
rua Comendador Assad Abdalla, do Parque Dom Pedro 2º,
da rua Itapura de Miranda e a
rua da Cantareira, a prefeitura
tem feito "terrorismo" em cima dos proprietários, porque
não quer esse tipo de comércio na região.
A entidade afirma que a
questão da limpeza é possível
resolver e que não seria necessário sair do local. Anteontem,
foi feita uma reunião entre representantes da prefeitura e
dos empresários.
Segundo Matarazzo, a administração municipal discute há dois anos a situação e
ofereceu uma área na avenida
Zachi Narchi, na zona norte,
onde os caminhões poderiam
realizar as vendas sem atrapalhar a população com barulho
e sujeira. Ele nega a tentativa
de tirá-los à força da região.
"Queremos que eles saiam
do meio das ruas. Ali virou
uma terra de ninguém", afirmou o secretário.
A associação diz que o espaço oferecido é muito pequeno
e que não tem interesse de
aceitar a proposta.
De acordo com a Secretaria
das Subprefeituras, apenas
um dos armazéns está com o
processo de obtenção do alvará em andamento -ou seja,
tem apresentado os documentos necessários para dar
continuidade ao processo. Os
demais estão com os pedidos
de alvará parados.
No caso dos estabelecimentos irregulares, a prefeitura
aplica primeiro duas multas.
O valor depende do tamanho
do armazém: a primeira autuação é de R$ 83,48 por metro quadrado. A segunda é o
dobro. Na terceira multa, que
tem o mesmo valor da segunda, o estabelecimento é lacrado pela fiscalização.
(AFRA BALAZINA)
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