São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Secretário ameaça lacrar armazéns no entorno do Mercado Municipal

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo e os donos de armazéns próximos ao Mercado Municipal, na região central, estão em disputa. Na área acontece a venda de frutas -cerca de 2.000 toneladas por noite-, principalmente para abastecer as feiras livres.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, diz que os estabelecimentos estão irregulares e que é preciso organizar os caminhões que "vendem e emporcalham a rua com 30 toneladas de lixo".
Ele afirma que poderá lacrar os pontos que não se legalizarem. No total, segundo a prefeitura, há 54 armazéns sem alvará de funcionamento.
Os responsáveis pelos armazéns, entretanto, afirmam que tentam desde 2005 obter o alvará, mas não conseguem. E reclamam do fato de a prefeitura querer tirá-los do local.
De acordo com a União dos Distribuidores de Frutas, associação formada pelos armazéns localizados na área da rua Comendador Assad Abdalla, do Parque Dom Pedro 2º, da rua Itapura de Miranda e a rua da Cantareira, a prefeitura tem feito "terrorismo" em cima dos proprietários, porque não quer esse tipo de comércio na região.
A entidade afirma que a questão da limpeza é possível resolver e que não seria necessário sair do local. Anteontem, foi feita uma reunião entre representantes da prefeitura e dos empresários.
Segundo Matarazzo, a administração municipal discute há dois anos a situação e ofereceu uma área na avenida Zachi Narchi, na zona norte, onde os caminhões poderiam realizar as vendas sem atrapalhar a população com barulho e sujeira. Ele nega a tentativa de tirá-los à força da região.
"Queremos que eles saiam do meio das ruas. Ali virou uma terra de ninguém", afirmou o secretário.
A associação diz que o espaço oferecido é muito pequeno e que não tem interesse de aceitar a proposta.
De acordo com a Secretaria das Subprefeituras, apenas um dos armazéns está com o processo de obtenção do alvará em andamento -ou seja, tem apresentado os documentos necessários para dar continuidade ao processo. Os demais estão com os pedidos de alvará parados.
No caso dos estabelecimentos irregulares, a prefeitura aplica primeiro duas multas. O valor depende do tamanho do armazém: a primeira autuação é de R$ 83,48 por metro quadrado. A segunda é o dobro. Na terceira multa, que tem o mesmo valor da segunda, o estabelecimento é lacrado pela fiscalização.
(AFRA BALAZINA)


Texto Anterior: Blecaute de 1999 não foi causado por raio, diz Inpe
Próximo Texto: Menino que ficou na floresta levou 100 picadas de insetos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.