DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Ambiental e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de Barretos, responsáveis pela fiscalização da região onde funciona o garimpo irregular no rio Grande, informaram que estão planejando realizar blitze na região a partir da primeira quinzena de 2003.
De acordo com o comandante da Polícia Ambiental de Barretos, Alcides José Tonin, a corporação está montando uma estratégia para terminar definitivamente com o garimpo. O órgão informou que a idéia é contar com o efetivo de toda a região. "Ainda não temos um número fechado, mas devemos ter mais de cem homens", afirmou o comandante.
A operação deve ter também a participação do Ministério Público Federal, Ministério do Trabalho, Marinha, prefeituras da região e entidades ligadas aos diretos da criança e dos adolescentes, já que há suspeitas de que menores trabalham no local.
Duas ações foram realizadas na região neste ano. A primeira em maio e a segunda, em outubro.

Pouco tempo
As embarcações foram lacradas e o local embargado. Pessoas com problemas com a Justiça ou que portavam algum tipo de entorpecente foram encaminhadas à polícia. As dragas, porém, ficaram paradas pouco tempo.
"Eles [a polícia" viraram as costas e eles arrebentaram as correntes e continuaram trabalhando", afirmou um dos rancheiros que vivem no local.
A polícia e o Ibama admitem que, mesmo com as multas (entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões), os garimpeiros não estão respeitando embargo.
"Você sabe que Minas Gerais é um Estado influente na política nacional. Provavelmente eles têm as costas largas", disse Tonin.
"Eles contam com a força do deputado deles [o tucano Nárcio Rodrigues" lá em Brasília", completa o gerente regional do Ibama Cassim Amim Ibraim.
Rodrigues negou à Folha que tenha algum envolvimento com o grupo. O deputado federal afirmou que apenas ajudou os garimpeiros a falar com a presidência do Ibama, em Brasília, para tentar regularizar a situação.



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