São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PATRIMÔNIO

Tese relata as 26 propostas apresentadas à época

Pesquisadora resgata as "Brasílias" rejeitadas em concurso feito por JK

TATIANA UEMURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O cenário da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira poderia ter linhas bem diferentes das atuais, concebidas em 1957 e inauguradas em 1960 sob o afã modernista da época. Seria uma cidade idealizada para poucos carros, experimentações de gente recém-saída da faculdade, trabalhos que ainda hoje são vistos como ousados.
Esses eram traços de alguns projetos inscritos no concurso criado pelo então presidente Juscelino Kubitschek para projetar a futura capital do país.
Além da proposta vencedora -do urbanista Lucio Costa, morto em 1998-, havia outras 25 possíveis Brasílias que foram resgatadas pela pesquisadora da Unicamp Aline Costa, 27, em 620 páginas de sua tese de mestrado.
Com um edital do concurso pouco específico, são desenhos dos mais variados, que nem chegaram a ser documentados.
Em um deles, o trio Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar e Carvalho Franco imaginou uma fileira de edifícios de 300 metros -altura da Torre Eiffel- sobre o vazio do cerrado que abrigaria o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios.
A amizade com Oscar Niemeyer -que deixou de projetar Brasília em prol de um concurso nacional- e a entrega de um projeto de última hora geraram boatos à época sobre um suposto favorecimento na vitória de Lucio Costa.
O segundo colocado Boruch Milman discorda: "Foi muito bem organizado, achei justo o resultado. Só tenho elogios ao projeto do Lucio. Fico até envaidecido de ter ficado como vice."


Texto Anterior: Consumo: Audi leva salão de carro "flutuante" para Angra
Próximo Texto: Pernambuco: Avião da FAB some em vôo de treinamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.