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Carnaval SP ainda não tem patrocinadores
Prefeitura tenta fechar contratos para abater parte dos R$ 17,5 milhões que serão gastos com a realização da festa
O presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho, atribui à lei do outdoor a dificuldade enfrentada
para atrair interessados
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a propaganda nas ruas
de São Paulo proibida por uma
lei do prefeito Gilberto Kassab
(PFL), o Carnaval da cidade, a
17 dias do seu início, ainda não
tem patrocinadores.
A SPTuris, empresa de turismo da prefeitura, negocia com
potenciais interessados, mas
não fechou nenhum contrato.
"Quando você vende patrocínio, tem de oferecer espaço [para propaganda do patrocinador]. Com a lei Cidade Limpa,
não podemos oferecer espaço",
disse o presidente da SPTuris,
Caio Luiz de Carvalho.
A lei Cidade Limpa -conhecida como "lei dos outdoors"-
proíbe todo tipo de propaganda
nas ruas. Os anúncios que ainda
persistem estão amparados por
decisões judiciais.
Por conta da lei municipal,
está proibida a veiculação de
anúncios na parte externa do
Sambódromo do Anhembi. Na
parte interna, a veiculação é
proibida pelo contrato de
transmissão do desfile.
Em 2006, as Casas Bahia, por
exemplo, patrocinaram o Carnaval paulista com R$ 1,5 milhão e puderam exibir sua marca inclusive na parte externa do
sambódromo, além de contar
com um camarote exclusivo.
Neste ano, a rede varejista
participará do evento por meio
de um contrato com blocos e
bandas com o benefício da Lei
Rouanet de incentivo à cultura.
Porém, não terá camarote nem
publicidade nas áreas interna
ou externa do sambódromo.
O investimento total da prefeitura no Carnaval de 2007 será de R$ 17,5 milhões, maior valor desde 2004, quando o evento custou R$ 18,3 milhões.
Além da busca por patrocinadores que financiem parte desses R$ 17,5 milhões, a SPTuris
fez uma parceria com a liga das
escolas de samba e com duas
agências de propaganda para
obter receita para o Carnaval.
Uma das agências é responsável pela venda de ingressos
-o dinheiro vai para as escolas.
A outra lançou um pacote com
cotas publicitárias que somam
R$ 11 milhões. Se todas as cotas
fossem vendidas, a SPTuris receberia 20% -R$ 2,2 milhões.
Até ontem, apenas uma das
cotas, de R$ 1,7 milhão -a menor de todas-, havia sido vendida para a Brahma.
Os dez camarotes também
não foram vendidos.
Liminar
O TJ (Tribunal de Justiça)
derrubou ontem a liminar que
permitia à empresa Publitas
manter seus outdoors nas ruas
de São Paulo.
A Folha não conseguiu contato no fim da tarde de ontem
com o advogado da empresa.
Pelo menos outras seis empresas ainda detêm liminares
que permitem a manutenção
de suas placas nas ruas.
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