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Nelson Pinto e Silva (1918-2013)
Advogado, locutor e americanófilo
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULOAo se formar, Nelson Pinto e Silva foi convidado a trabalhar com um tio. Recusou por querer ter o próprio escritório.
O início, porém, não foi como o esperado. Graduado em direito pela USP em 1943, passou os primeiros anos olhando as paredes. Decidiu ir para os EUA, onde tinha um amigo.
Com uma bolsa, foi estudar em 1948 na Universidade de Nova York, de onde sairia com o título de mestre em direito comparado. Sua ideia era ficar pouco tempo lá. Mas permaneceu quase dez anos fora.
Para ajudar na renda, fez locuções para o programa "A Voz da América", retransmitido no Brasil. A filha Bettina lembra que o pai não suportava ouvir alguém falando incorretamente o português.
Nos EUA, também traduziu filmes da Fox e para o Exército e trabalhou no escritório Curtis, Mallet-Prevost, Colt & Mosle LLP, criado em 1830.
Voltou ao país em 1957, "irritantemente americanófilo", como brinca a filha. "Tudo nos EUA era maior e melhor", conta Bettina, que descreve o pai como bem-humorado e certinho, mas, ao mesmo tempo, muito severo e mandão.
Em 1963, aos 45 anos, casou-se com Gerda, de família alemã, e teve três filhas --Mônica é hoje advogada nos EUA.
Passou pelos escritórios Moura, Teixeira, Gouvêa e Silva e TozziniFreire Advogados, onde ficou de 1988 até se aposentar, há cerca de dez anos. Atuando na área de direito societário e contratos internacionais, continuou tendo clientes norte-americanos.
Sofria de alzheimer. Morreu no sábado (6), aos 95, em decorrência da doença. Teve oito netos. A missa do sétimo dia será amanhã, às 11h, na igreja São José, em São Paulo.