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Produtor de cinema francês preso não é traficante, diz filho
Marc Beauchamps é acusado de tráfico internacional de drogas e pode ser extraditado pelo STF em 90 dias
Estão confundindo usuário de drogas com traficante, diz Bruno, filho do coprodutor de "Cidade de Deus"
Preso anteontem no Rio a pedido da Justiça francesa sob acusação de tráfico de drogas, o produtor de cinema Marc Beauchamps, 53, nunca foi chamado para depor.
A afirmação é de um de seus três filhos, Bruno Beauchamps, 28, também produtor de cinema. De acordo com ele, o pai não era um foragido e poderia ter sido chamado para depor, sem a necessidade de ser preso em casa.
"Ele mora na cidade há 35 anos. No último mês foi a lançamentos de filmes e jantares com empresários. Alguém que está foragido não se expõe tanto", disse o filho.
Segundo a Polícia Federal, uma quadrilha presa na França em 2011 por tráfico de cocaína apontou Marc, que já trabalhou em filmes como "Cidade de Deus" e "Olga", como o responsável por enviar droga do Brasil para lá.
De acordo com Bruno, o pai foi usuário de cocaína e heroína durante muitos anos. "Ele está limpo há dois anos. Não tem nada de tráfico. Estão confundindo usuário com traficante", disse Bruno.
DOENÇA
A preocupação do filho agora é tirar o pai do presídio Água Santa, na zona norte, o mais rápido possível. Há cerca de dois meses Marc descobriu um câncer no pulmão.
Ontem ele passaria pela primeira bateria de uma nova fase da quimioterapia a que está sendo submetido. "A situação é muito grave, injusta, imprópria. Ele precisa sair da prisão e continuar seu tratamento", disse Bruno.
Em Água Santa, Marc divide a cela com outros presos pela Polícia Federal, de diferentes nacionalidades, que, assim como ele, podem ser extraditados.
Na prisão, disse Bruno, ele não pode receber seus medicamentos.
O advogado Márcio Delambert entrou ontem com um pedido para que Marc responda ao processo em prisão domiciliar por causa da doença.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decide em 90 dias se Marc será ou não extraditado para a França.
Caso a extradição não seja autorizada, ele responderá ao processo no Brasil.