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GPS revela trajeto de carro que levou Amarildo
Informações mostram percurso por bairros do Rio omitido por PM que dirigiu veículo
O trajeto registrado pelo GPS do veículo da UPP da Rocinha que transportou Amarildo de Souza, 43, mostra que o PM que dirigia o veículo omitiu informações sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro.
De acordo com o "Jornal Nacional", da TV Globo, os registros mostram que o carro circulou por bairros da zona norte, sul e centro depois do horário em que a polícia diz ter liberado Amarildo.
Em seu depoimento, o soldado Sidnei Félix Cuba, que dirigia o carro, disse ter saído da favela para abastecer no Batalhão de Choque, no centro, mas não informou ter passado pela zona portuária e pelo Batalhão do Leblon, ambos fora do trajeto entre a Rocinha e a sede do Choque.
Ele também não havia informado a que horas voltou para a Rocinha.
Logo depois do desaparecimento de Amarildo, há um mês, a Secretaria de Segurança informou que o GPS do carro estava com defeito. De acordo com o "Jornal Nacional", havia outro equipamento funcionando no veículo.
Segundo a pasta, as informações já estão no inquérito que investiga o caso.
SEGUNDO CARRO
Policiais da Delegacia de Homicídios procuram o proprietário de um carro, Cobalt cinza, que no dia 14 de julho seguiu o veículo em que estava Amarildo.
A suspeita é de que o veículo pertença a um policial e que tenha sido usado para retirar o pedreiro da favela.
O Cobalt aparece nas imagens das câmeras instaladas ao longo da estrada da Gávea, que atravessa a favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
Enquanto o carro guiado pelo policial Cuba está na sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), o Cobalt espera do lado de fora, com os faróis acesos. Quando o carro da PM sai, o outro o segue.
Há um "ponto cego" no trajeto, trecho que não é coberto pelas câmeras.
Policiais vão investigar se esse trecho coincide com um momento em que, de acordo com a rota registrada no GPS, o automóvel da polícia fica parado por alguns minutos.
Em outro trecho, é possível ver um policial descendo do veículo e se dirigindo ao Cobalt para conversar com o motorista.
Não é possível ver o interior do carro. As janelas têm películas de proteção.
O comandante da unidade local, major Edson Santos, disse que Amarildo de Souza foi liberado pouco depois das 19h, após não ser reconhecido como envolvido com o tráfico local.