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Multas por desrespeito a pedestres caem em SP

Foco da fiscalização passou a ser os corredores de ônibus, dizem marronzinhos

Autuações caíram 33% nos primeiros sete meses do ano; prefeitura diz que respeito cresceu

ANDRÉ MONTEIRO RICARDO SENRA DE SÃO PAULO

"Atravessar aqui é sempre um desespero", diz a professora Regina Leal, 45, na esquina das ruas Senador Feijó e Quintino Bocaiúva, no centro de São Paulo.

Não deveria ser. Pelo menos esse ainda é o objetivo do programa de proteção ao pedestre --que reforça o que é previsto no código de trânsito desde 1998, mas que, na prática, não era cumprido.

Lançado pela gestão Gilberto Kassab (PSD), em 2011, o programa foi defendido em campanha pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

Nos sete primeiros meses da atual gestão, no entanto, o número de multas aplicadas em motoristas que desrespeitam pedestres caiu.

Segundo balanço da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram 151 mil multas até julho, contra 226 mil no mesmo período do ano passado. Uma queda de 33%.

A prefeitura admite que agentes de trânsito deslocaram o foco da fiscalização para outras áreas, mas diz que isso ocorreu porque o respeito dos motoristas está maior.

À Folha, marronzinhos disseram que a prioridade é fiscalizar faixas e corredores de ônibus. Essas multas subiram 39% no primeiro semestre.

Para Philip Gold, ex-ombudsman da CET, "é de se esperar que, para aumentar a fiscalização em corredores, se diminua nas travessias".

Mas ele alerta: "As multas são essenciais para a mudança de comportamento."

Segundo analistas, grande parte da eficácia da campanha de Brasília, nos anos 90, foi devido à quantidade de multas aplicadas nos primeiros anos.

Em São Paulo, as mortes de pedestres caem desde 2005. Em 2013, foram 204 de janeiro a maio, queda de 24% ante o mesmo período de 2011, antes do início da campanha.

DISCUSSÃO

Nos cruzamentos, o novo foco é notado. "Quando a campanha começou, era a bola da vez. Agora são os corredores, tem multa toda hora", diz o taxista Vinicius Nascimento, 48, que trabalha na Sé.

Na esquina das ruas Senador Feijó e Quintino Bocaiúva, a funcionária de uma banca Adriana Silva Souza, 32, confirma o problema. "Todo dia aqui tem discussão de motorista com pedestre. Ficou normal. É uma xingação..."

Em algumas avenidas da periferia, orientadores de travessia, os "mãozinhas", foram encontrados pela Folha. Mas o desrespeito ainda é alto.

"Todo mundo atravessa fora da faixa", diz Tayane Angelo, 22, na estrada do M'Boi Mirim, ao lado de um "mãozinha". "Vi cinco atropelamentos aqui, culpa dos pedestres."


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