|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Planalto promete cortar R$ 20 bi em gastos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo promete reduzir
seus gastos em R$ 20 bilhões
neste ano para compensar parte das perdas causadas pelo fim
da CPMF, mas ainda não informou quais despesas serão efetivamente cortadas. Os principais alvos serão os investimentos da União, mas os reajustes
salariais prometidos em 2007
para servidores públicos também devem ser revistos.
Em reunião ontem com os
ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega
(Fazenda), o presidente Lula
disse que todos terão que
"apertar um pouco o cinto", e
que isso significa que os cortes
não atingirão apenas o Executivo, mas também o Legislativo e
o Judiciário.
Segundo Bernardo, ficou
acertado nesse encontro que ficarão de fora os projetos incluídos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e os programas sociais, mas acrescentou que os detalhes desses cortes serão discutidos com o Congresso e anunciados até o início
do mês que vem, quando deve
ser apresentada uma nova proposta de Orçamento para 2008.
Inicialmente, o governo contava com R$ 30 bilhões para
gastar em investimentos neste
ano, dos quais R$ 18 bilhões serão destinados às obras previstas no PAC. Segundo Bernardo,
é dos investimentos que não estão no Programa de Aceleração
do Crescimento que virá boa
parte dos cortes. "Vamos ter
que concentrar [a contenção de
despesas] nos investimentos."
Sobre os reajustes que foram
negociados com o funcionalismo público no ano passado,
Bernardo disse que todos os aumentos que ainda não foram
submetidos à aprovação do
Congresso serão revistos.
"É prudente não deflagrar
um aumento de despesa com
servidores. Algumas negociações que foram feitas e que ainda não foram enviadas ao Congresso serão reavaliadas", afirmou. Isso inclui também os
concursos públicos previstos
para este ano: por enquanto, serão mantidos apenas aqueles
destinados à substituição de
funcionários não concursados.
O corte de gastos e o aumento de alguns tributos fazem
parte do esforço do governo para compensar a perda de arrecadação de R$ 40 bilhões [depois de negociar com o Congresso, a previsão caiu R$ 38 bilhões] projetada para este ano
com o fim da CPMF. As duas
medidas devem cobrir R$ 30
bilhões deste buraco, e a equipe
econômica conta com um crescimento mais forte da economia ao longo de 2008 para aumentar a arrecadação de outros impostos e encher os cofres públicos com mais R$ 10 bilhões.
Texto Anterior: Lula apressou o anúncio de medidas Próximo Texto: Paulo Nogueira Batista Jr.: O Brasil vai continuar bombando? Índice
|