São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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Novo salário mínimo deve sair hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou ontem que o governo não fará "qualquer" tipo de acordo com as centrais sindicais em torno do aumento do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas. Hoje, sindicalistas e governo se reúnem pela quinta vez para debater os dois assuntos.
"De qualquer forma, não terá acordo. O acordo só será feito se estiver em um patamar de equilíbrio e se tiver condições de ser absorvido no Orçamento", disse Marinho. Pela manhã, ministros e sindicalistas vão à mesa de negociação. Se as conversas avançarem, à tarde os sindicalistas encontram Luiz Inácio Lula da Silva para anunciar o novo mínimo.
O governo quer um reajuste de R$ 300 para R$ 350 em maio. Ofereceu também às centrais R$ 340, em março. Marinho adiantou que a negociação levará a propostas intermediárias, mas não disse quais podem ser as alternativas por parte do governo: "Não posso antecipar uma reunião de mesa porque influenciaria negativamente no ânimo das centrais. A pior coisa é quando uma das partes negocia de forma antecipada. A outra parte fica muita irritada".
Os sindicalistas afirmam que fecharão um acordo se o governo antecipar o reajuste de R$ 350 para março. Isso custaria à União R$ 2,1 bilhões adicionais. Outra possibilidade é reajustar o piso salarial para R$ 360 em maio. Os valores, defendem os sindicalistas, devem ser casados com uma correção de 10% na tabela do IR.
O governo acenou com reajuste de 7% na tabela, com o mínimo de R$ 350 em maio. Esse aumento custaria R$ 4,6 bilhões adicionais aos cofres públicos. A correção do IR em 7% seria uma renúncia fiscal de R$ 900 milhões para o governo federal e de R$ 800 milhões para Estados e municípios.
Ontem, Marinho voltou a afirmar que o governo proporá a separação das duas reivindicações dos sindicalistas. Se ganhar tempo na correção da tabela, o Executivo pode assegurar um reajuste mais elevado para o mínimo.


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