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Novo salário mínimo deve sair hoje
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Trabalho, Luiz
Marinho, afirmou ontem que o
governo não fará "qualquer" tipo
de acordo com as centrais sindicais em torno do aumento do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda das
pessoas físicas. Hoje, sindicalistas
e governo se reúnem pela quinta
vez para debater os dois assuntos.
"De qualquer forma, não terá
acordo. O acordo só será feito se
estiver em um patamar de equilíbrio e se tiver condições de ser absorvido no Orçamento", disse
Marinho. Pela manhã, ministros e
sindicalistas vão à mesa de negociação. Se as conversas avançarem, à tarde os sindicalistas encontram Luiz Inácio Lula da Silva
para anunciar o novo mínimo.
O governo quer um reajuste de
R$ 300 para R$ 350 em maio. Ofereceu também às centrais R$ 340,
em março. Marinho adiantou que
a negociação levará a propostas
intermediárias, mas não disse
quais podem ser as alternativas
por parte do governo: "Não posso
antecipar uma reunião de mesa
porque influenciaria negativamente no ânimo das centrais. A
pior coisa é quando uma das partes negocia de forma antecipada.
A outra parte fica muita irritada".
Os sindicalistas afirmam que fecharão um acordo se o governo
antecipar o reajuste de R$ 350 para março. Isso custaria à União R$
2,1 bilhões adicionais. Outra possibilidade é reajustar o piso salarial para R$ 360 em maio. Os valores, defendem os sindicalistas, devem ser casados com uma correção de 10% na tabela do IR.
O governo acenou com reajuste
de 7% na tabela, com o mínimo
de R$ 350 em maio. Esse aumento
custaria R$ 4,6 bilhões adicionais
aos cofres públicos. A correção do
IR em 7% seria uma renúncia fiscal de R$ 900 milhões para o governo federal e de R$ 800 milhões
para Estados e municípios.
Ontem, Marinho voltou a afirmar que o governo proporá a separação das duas reivindicações
dos sindicalistas. Se ganhar tempo na correção da tabela, o Executivo pode assegurar um reajuste
mais elevado para o mínimo.
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