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HABITAÇÃO
Linha deixou de ser competitiva, diz diretor; CMN deve definir meta
CEF suspende financiamento com FAT
DA FOLHA ONLINE
A Caixa Econômica Federal decidiu suspender financiamentos
de imóveis com recursos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador). O vice-presidente de Desenvolvimento Urbano da Caixa, Jorge Hereda, disse que essa modalidade de financiamento habitacional perdeu competitividade após
o aumento da concorrência no setor de crédito imobiliário.
"O produto perdeu competitividade e deixou de ser vantajoso,
pois os consumidores encontram
opções mais baratas de financiamento", disse Hereda.
No ano passado a Carta de Crédito FAT financiou apenas R$ 70
milhões, uma queda de 70% em
relação a 2004, quando o produto
direcionou R$ 236,3 milhões.
O principal problema da Carta
de Crédito FAT é o custo do financiamento: TJLP mais 5,5% ao ano.
A TJLP está em 9% ao ano. A Nossa Caixa, por exemplo, reduziu os
juros do crédito imobiliário para
7% ao ano nos primeiros 36 meses do financiamento -condição
melhor que essa linha da Caixa.
Apesar do custo elevado, a Carta FAT era uma das únicas opções
disponíveis no mercado em 2002
e 2003 para a classe média. Na
ocasião, os recursos do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço) eram escassos e priorizavam o financiamento da compra
de imóveis novos para trabalhadores de menor renda. Além disso, os bancos privados não investiam na oferta de crédito imobiliário. A maior vantagem da Carta
FAT era financiar a compra a casa
para a classe média, que não era
atendida nem pelo FGTS nem pelos bancos privados.
A partir de 2004, os bancos privados elevaram o crédito para a
habitação após a regulamentação
de marcos jurídicos que ampliaram as garantias para o credor retomar o imóvel dos inadimplentes. A virada ocorreu em 2005,
quando o CMN (Conselho Monetário Nacional) obrigou os bancos
a elevar em 50% a concessão de
crédito imobiliário. Para alcançar
a meta, tiveram de baixar juros e
alongar o prazo de pagamento, o
que tirou a competitividade da
Carta de Crédito FAT.
Hereda disse que a Caixa manterá em operação o financiamento da compra de material de construção com recursos do FAT.
CMN
O CMN (Conselho Monetário
Nacional) deve se reunir na próxima semana para definir a meta de
expansão do crédito imobiliário
para 2006. A Abecip (Associação
Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) e a
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) concordaram em definir R$ 6,7 bilhões.
Esse montante representará
uma evolução de 40% em relação
a 2005, quando os bancos direcionaram a quantia recorde de R$
4,793 bilhões para o financiamento de 60.769 moradias com recursos da poupança.
Essa meta deve valer para todo o
ano de 2006. No ano passado, o
CMN fixou metas para de expansão para o primeiro (30%), o segundo (45%), o terceiro (50%) e o
quarto (50%) trimestres do ano
sobre igual período de 2004.
Esses percentuais foram criados
para diluir o impacto de uma resolução de 2004 do CMN que
mandava os bancos zerar o estoque virtual do FCVS (Fundo e
Compensação das Variações Salariais) até agosto de 2007. Se a determinação tivesse sido cumprida, os bancos privados precisariam ter direcionado à habitação
R$ 12 bilhões no ano passado.
Mas bancos e construtoras concordaram que não haveria demanda para todo esse montante.
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