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Kirchner prega Mercosul forte e integração
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fortalecimento do Mercosul e
a integração dos países da região
são a melhor forma para América
do Sul adquirir a força necessária
para discutir em pé de igualdade
com os demais blocos econômicos, na avaliação do presidente da
Argentina, Néstor Kirchner. Ao
discursar, ontem, na sua primeira
visita oficial ao Congresso Nacional, Kirchner defendeu que "a
América do Sul quer ser parte do
mundo e não quer ser mais a parte traseira que, definitivamente,
deixamos para trás".
Segundo ele, vive-se atualmente
uma etapa de sérias definições no
mundo e os países da região devem "ser parte ativa na construção do novo tempo que nos espera. Não temos o direito de construir um novo fracasso".
Nos 16 minutos em que falou
para os parlamentares, no plenário do Senado, Kirchner argumentou que, para estar na "vanguarda" de um mundo marcado
por alta competitividade, é preciso deixar de lado brigas antigas
comerciais e por investimentos
para se concentrar na definição de
políticas que permitam melhorar
a competitividade, levando em
conta as deficiências das economias menores.
Kirchner ressaltou que Argentina e Brasil, que são sócios na comunidade sul-americana, devem
ser associar também para promover o desenvolvimento com justiça social, aumento do emprego,
redução das desigualdades. "Temos todas as condições propícias,
depende de sabermos aproveitá-las e entendermos que individualmente será mais difícil."
Ele fez questão de lembrar que
Brasil e Argentina romperam
com um passado que "aprisionava" os dois países ao quitar as dívidas com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "Recuperamos
total autonomia para decidir o
que fazer em nossas economias".
Do Congresso, o presidente argentino seguiu para o STF (Supremo Tribunal Federal), onde foi recebido pelo presidente, ministro
Nelson Jobim, e pelo ministro
Carlos Ayres Britto, já que os demais estão em recesso. O encontro foi rápido e durou cerca de 20
minutos. Na saída, Kirchner levou de lembrança uma Constituição do Brasil e uma medalha representativa da Casa.
Chávez e Toledo
A visita de Kirchner precede
uma sucessão de encontros de
Lula com presidentes da América
do Sul. Hoje, Lula, Kirchner e Hugo Chávez, presidente da Venezuela, têm uma reunião triangular
na Granja do Torto para discutir
questões energéticas, especialmente a construção de um gasoduto ligando os três países.
Eles também devem repetir um
assunto da pauta de ontem entre
os presidentes brasileiro e argentino: a inclusão da Bolívia no Mercosul. Lula e Kirchner se mostraram favoráveis, no encontro que
tiveram, mas decidiram aguardar
um pedido formal do presidente
eleito do país, Evo Morales.
Ontem, o Brasil comemorava o
anúncio de um outro presidente,
Tabaré Vázquez, de que o Uruguai não está fazendo um tratado
em separado de livre comércio
com os Estados Unidos. O Uruguai é membro nato do Mercosul,
que vê com maus olhos acordos
paralelos desse tipo.
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