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ESTIAGEM
Estado tem 88 cidades em situação de emergência, e prejuízo no ano encosta em R$ 300 mi; quebra na safra de milho supera 20%
Com seca, catarinenses já temem êxodo rural
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
A seca que atinge o meio-oeste
catarinense já deixou 88 cidades
em situação de emergência
-quase o triplo do que havia na
semana passada.
O número de municípios sob o
decreto aumenta todos os dias.
Segundo a Defesa Civil, eles estão
se antecipando com o receio de
sofrerem o mesmo impacto da estiagem do início de 2005 e para ter
direito aos R$ 6 milhões liberados
pelo governo estadual.
Em 2006, as perdas já perfazem
R$ 297 milhões. E já há quebra de
mais de 20% na safra de milho. A
produção de leite, feijão e soja
continua prejudicada.
O consumidor sente o impacto
nos supermercados: o litro de leite
está R$ 0,10 mais caro no Estado.
Algumas cidades do extremo
oeste, como Chapecó (587 km de
Florianópolis), solicitaram ao governo ajuda para transportar
água -que falta aos animais e ao
consumo humano.
Em Campos Novos (369 km da
capital), houve perda de 70% na
produção de milho, o equivalente
a 178 mil toneladas, e 50% na de
feijão (45 mil toneladas). Os rios
secaram e há famílias que não têm
água para beber, segundo o diretor de Agricultura, Paulo Rovea.
"A situação é bem delicada."
O governo estadual afirma que
investiu, desde 2003, mais de
R$ 23 milhões para a implantação
e o financiamento de sistemas de
proteção de fontes e reserva de
água em 36 mil propriedades.
O problema do abastecimento,
de acordo com o governo, está
sendo contornado com cisternas,
poços, açudes e caminhões-pipa.
A outra preocupação do Estado é
com o rebanho de suínos e aves.
A região é a que mais concentra
a produção desses animais. Além
disso, o Estado é um dos maiores
produtores de aves e o principal
exportador de suínos do Brasil.
Rovea diz que há um desânimo
nos produtores. A Federação da
Agricultura e Pecuária acredita
que eles não terão como pagar a
conta do ano passado e que isso
acarretará um êxodo rural.
No Rio Grande do Sul, apenas 11
cidades estão em situação de
emergência. Na mesma data do
ano passado, eram 188. O governo
do Estado avalia que a seca não fará estragos como em 2005, quando mais de 400 cidades foram afetadas até o fim do verão.
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