São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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MERCADO ABERTO

BNDES lança fundo de €80 milhões

O BNDES irá lançar hoje em Milão, na Itália, um fundo de 80 milhões para investimentos de pequenas empresas italianas no Brasil. Os recursos serão oriundos tanto do BNDES como de alguns bancos italianos.
Guido Mantega, presidente do BNDES, explicou que o objetivo do fundo é o de atrair para o Brasil as experiências bem-sucedidas na Itália nos chamados APL (Arranjos Produtivos Locais), a versão brasileira dos "clusters" internacionais. A Itália talvez seja o país com a melhor experiência nesses arranjos.
Segundo Mantega, o dinheiro do fundo só será liberado para pequenas empresas, e ainda haverá um limite para cada empréstimo. Nenhum financiamento poderá ultrapassar o limite de 5% do total do fundo.
De acordo com o presidente do BNDES, para ter direito ao empréstimo, a empresa italiana terá também que fazer uma joint venture com uma firma ou um APL no Brasil. "O objetivo é o de dar impulso às pequenas e médias brasileiras associadas em arranjos produtivos locais no país", diz Mantega.
O dinheiro do fundo, de 80 milhões, também não está fechado. Segundo Mantega, os recursos poderão ser maiores, dependendo do interesse.
Quando voltar ao Brasil, Mantega pretende discutir a possibilidade de criar no país uma legislação específica que permita aos arranjos produtivos locais a transformação em pessoa jurídica. A Itália está neste momento discutindo essa possibilidade, o que facilitaria às empresas o acesso ao empréstimo.
Para Mantega, se for concretizada essa mudança no Brasil, facilitaria bastante a concessão de empréstimos aos arranjos produtivos locais. Um APL pode reunir, por exemplo, 20 empresas. Seria muito mais fácil para o BNDES conceder um empréstimo ao APL do que para cada uma das empresas.

CINEMA BUTIQUE
A rede Cinemark apresenta ao público na sexta seu novo espaço no shopping Iguatemi, em São Paulo. Segundo Valmir Fernandes, presidente da empresa, o objetivo da reformulação foi transformar o complexo de seis salas em um "cinema butique, com um visual diferenciado". Para isso, a empresa e o shopping investiram R$ 12 milhões em um projeto do arquiteto João Armentano, com um lounge e um café. Outra novidade será a marcação das poltronas. Os espectadores poderão escolher os assentos antecipadamente pela internet. Um sistema elege, para quem comprar os bilhetes na hora, os melhores lugares disponíveis. A sofisticação terá seu preço, no caso, o maior de SP: R$ 20 nas noites de sábado. Ele, porém, prevê queda de até 15% na venda de ingressos da rede em 2005.

BANCO AMBIENTAL
O maior banco de dados ambientais para a indústria do petróleo da América Latina será lançado hoje no Observatório Nacional, no Rio. Financiado pela Finep, o Bampetro, como será chamado, vai custar entre R$ 28 mil e R$ 72 mil por ano para as empresas que desejarem utilizar suas informações. O Ibama também irá utilizar seus dados.

SEM FUNDOS
O índice de cheques devolvidos calculado pela Serasa atingiu o segundo maior patamar desde 1991, quando foi criado. Segundo o levantamento, o índice subiu 4,3% em setembro em relação ao mês anterior. A marca chegou a 19,4 devoluções a cada mil compensados. O volume de cheques sem fundos (segunda devolução) cresceu 17,8% no acumulado do ano, até setembro. Foram devolvidos 18,5 cheques por mil compensados no período. Entre as razões, os técnicos da Serasa apontam o crescimento do endividamento das pessoas causado pela expansão do crédito.

CONTRA A PIRATARIA
Executivos da 3M, da Nike, da Shell e da Alpargatas e advogados especializados em propriedade intelectual apresentarão soluções jurídicas para a pirataria no seminário "Estratégias para combater a pirataria de marcas", no próximo dia 10, em SP. Segundo os organizadores, pesquisas dizem que as empresas facilitam a expansão da pirataria.

PREÇO MÓVEL
O site de comparação de preços BuscaPé passa a oferecer aos usuários um serviço de comparação do valor de produtos por meio do celular via SMS. O consumidor pode analisar quanto custam os produtos de dentro da loja. Para a consulta, é preciso enviar uma mensagem de texto para a empresa com o nome do produto a ser pesquisado.

NO AZUL
Apesar de estar mergulhado na crise política, o banco BMG parece não ter sido atingido pela turbulência. O banco divulga na próxima sexta-feira um lucro de R$ 334,4 milhões nos primeiros nove meses deste ano, o que significa uma rentabilidade de 39,5% no período. Na conta anualizada, a rentabilidade chega a 56%. O resultado do banco, em termos de rentabilidade, é um dos melhores entre as instituições financeiras do país.

AUTO-SUFICIENTE
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, diz que o Brasil não precisará importar um barril de petróleo no ano que vem ao se tornar auto-suficiente da commodity. A afirmação consta da primeira edição da "newsletter", ligada à Unesco, ScenariosBrasil, que terá circulação internacional. A publicação será lançada na próxima semana.

TOPO DO MUNDO
Xangai tem confirmado neste ano sua vocação para capital mundial dos arranha-céus. A cidade chinesa, que já tem cerca de 4.000 desses edifícios, quase o dobro do que em Nova York, deve encerrar a década com mil novos arranha-céus, segundo o "New York Times". Uma das estrelas será o Xangai World Financial Center, cuja maquete foi exibida ontem ao público (à esq.). Previsto para ser concluído em 2008, no "coração" do novo distrito financeiro da cidade, o edifício terá 492 metros de altura, 40 m a mais do que as torres Petronas, em Kuala Lumpur (Malásia), que, até o início do ano, detinham o status de maiores arranha-céus do mundo. O recorde atualmente pertence ao Taipé 101, em Taiwan, com 508 metros de altura. Analistas, no entanto, alertam para o perigo de uma possível "bolha" imobiliária na China, devido ao ritmo frenético de novas construções e de aumento dos preços do setor. Há também quem combata as novas edificações em nome do nacionalismo e da preservação histórica das cidades.

AVANÇO DO CHIP
O mercado de "smart cards" (cartões com chip) começa a ganhar impulso no Brasil, após um início titubeante. O faturamento com as transações com esse produto cresceu 112% nos últimos 12 meses, acima dos 40% das operações com cartões "convencionais", segundo dados com as bandeiras da Visa. No mesmo período, a alta do número de emissões foi de 64% e 24%, respectivamente. O movimento é visto com um "otimismo cauteloso" por Eduardo Chedid, vice-presidente de produtos da Visa do Brasil. Embora destaque o avanço da rede de terminais preparada para a aceitação do "smart card" (cerca de 70%), ele ressalta a necessidade de ganho de escala para o segmento. Também com esse objetivo, o "braço" da Visa para a América Latina acaba de fechar um acordo com alguns fabricantes de cartões com chip para adquirir o produto a um preço menor -de US$ 3 para US$ 0,99.


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