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PECUÁRIA
Resultado de mais dois testes em gado da mesma área de MS onde apareceu o primeiro foco da doença sai hoje
Aftosa provoca abate de mais de 5.000 bois
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os focos de febre aftosa detectados em Mato Grosso do Sul (MS)
já condenaram 5.227 bovinos.
O presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA
(Confederação de Agricultura e
Pecuária do Brasil), Antenor Nogueira, estima que a perda para os
produtores afetados esteja acima
de R$ 1,5 milhão. Já as perdas do
país com os focos de aftosa, que
levaram à suspensão de parte da
exportação, são estimadas em até
US$ 3 bilhões.
Ainda não está definida a forma
que se dará a indenização dos
produtores. O Ministério da Agricultura afirma que cada Estado
determina essa ação.
A Folha não conseguiu falar
com o presidente da Federação da
Agricultura de Mato Grosso do
Sul, Leoncio Brito Filho.
Mas os produtores que tiveram
animais sacrificados ainda terão
que esperar as investigações que
estão sendo feitas pelo ministério
para descobrir a origem do foco.
Mesmo que somente a minoria
dos animais apresente os sintomas da doença, todo o rebanho
das propriedades infectadas será
sacrificado. Na fazenda Jangada,
em Eldorado (sul do Estado),
além dos bovinos, também serão
abatidos dois suínos, 166 caprinos
e 34 caprinos.
Na Jangada, cuja suspeita foi
confirmada anteontem, apenas
65 dos 4.645 bovinos da fazenda
apresentaram sintomas da doença (feridas no corpo, babam, não
comem nem bebem).
Em Japorã, município vizinho a
Eldorado, foram identificados focos nos sítios Santo Antônio e São
Benedito e na fazenda Guaíra.
Anteontem, o Ministério da Agricultura divulgou que haviam confirmados três novos focos, por
São Benedito e Santo Antônio
pertencerem ao mesmo proprietário, mas foram comunicados à
OIE (Organização Mundial da
Saúde Animal) quatro focos.
Em São Benedito e Santo Antônio, existem 314 bovinos, dos
quais 24 estão doentes. A Guaíra
conta com um rebanho de 783 bovinos, dos quais 31 com sintomas
da febre aftosa.
Na fazenda Vezozzo, em Eldorado, onde foi identificado o primeiro foco, o rebanho contava
com 582 cabeças, e 153 apresentavam sinais clínicos.
Novas suspeitas
O Ministério da Agricultura deve divulgar hoje os resultados laboratoriais de mais dois locais,
também em Japorã, com suspeitas de contaminação.
De acordo com o Departamento de Saúde Animal do ministério,
o município de Japorã conta com
muitas propriedades de pequeno
porte. Até ontem, haviam sido
inspecionadas 222 propriedades
na cidade. Em Eldorado, 532 fazendas foram visitadas.
Japorã está localizado em uma
área de proteção, estabelecida por
um raio de 25 km a partir da Vezozzo. Além de Eldorado e Japorã, também estão interditados os
municípios de Iguatemi, Itaquiraí
e Mundo Novo.
Nessa área, está proibido o trânsito de animais, produtos e subprodutos de todas as espécies suscetíveis à febre aftosa.
Diferentemente do que havia
anunciado antes, o ministério informou ontem que Sete Quedas e
Tacuru, cidades localizadas dentro do raio de 25 km a partir das
propriedades de Japorã, ainda estão sob estudos, mas ainda não
integram os municípios com barreiras instaladas.
Anteontem, antes de o Ministério da Agricultura confirmar os
novos focos, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse, no programa semanal de rádio, gravado
em Roma, que o foco de febre aftosa estava "debelado".
O Ministério da Agricultura
ainda aguarda o resultado de testes que poderão confirmar dois
novos focos de febre aftosa em Japorã, mas dentro da área interditada, o que é considerado normal,
segundo técnicos da pasta.
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