São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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PECUÁRIA

Resultado de mais dois testes em gado da mesma área de MS onde apareceu o primeiro foco da doença sai hoje

Aftosa provoca abate de mais de 5.000 bois

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os focos de febre aftosa detectados em Mato Grosso do Sul (MS) já condenaram 5.227 bovinos.
O presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil), Antenor Nogueira, estima que a perda para os produtores afetados esteja acima de R$ 1,5 milhão. Já as perdas do país com os focos de aftosa, que levaram à suspensão de parte da exportação, são estimadas em até US$ 3 bilhões.
Ainda não está definida a forma que se dará a indenização dos produtores. O Ministério da Agricultura afirma que cada Estado determina essa ação.
A Folha não conseguiu falar com o presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Leoncio Brito Filho.
Mas os produtores que tiveram animais sacrificados ainda terão que esperar as investigações que estão sendo feitas pelo ministério para descobrir a origem do foco.
Mesmo que somente a minoria dos animais apresente os sintomas da doença, todo o rebanho das propriedades infectadas será sacrificado. Na fazenda Jangada, em Eldorado (sul do Estado), além dos bovinos, também serão abatidos dois suínos, 166 caprinos e 34 caprinos.
Na Jangada, cuja suspeita foi confirmada anteontem, apenas 65 dos 4.645 bovinos da fazenda apresentaram sintomas da doença (feridas no corpo, babam, não comem nem bebem).
Em Japorã, município vizinho a Eldorado, foram identificados focos nos sítios Santo Antônio e São Benedito e na fazenda Guaíra. Anteontem, o Ministério da Agricultura divulgou que haviam confirmados três novos focos, por São Benedito e Santo Antônio pertencerem ao mesmo proprietário, mas foram comunicados à OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) quatro focos.
Em São Benedito e Santo Antônio, existem 314 bovinos, dos quais 24 estão doentes. A Guaíra conta com um rebanho de 783 bovinos, dos quais 31 com sintomas da febre aftosa.
Na fazenda Vezozzo, em Eldorado, onde foi identificado o primeiro foco, o rebanho contava com 582 cabeças, e 153 apresentavam sinais clínicos.

Novas suspeitas
O Ministério da Agricultura deve divulgar hoje os resultados laboratoriais de mais dois locais, também em Japorã, com suspeitas de contaminação.
De acordo com o Departamento de Saúde Animal do ministério, o município de Japorã conta com muitas propriedades de pequeno porte. Até ontem, haviam sido inspecionadas 222 propriedades na cidade. Em Eldorado, 532 fazendas foram visitadas.
Japorã está localizado em uma área de proteção, estabelecida por um raio de 25 km a partir da Vezozzo. Além de Eldorado e Japorã, também estão interditados os municípios de Iguatemi, Itaquiraí e Mundo Novo.
Nessa área, está proibido o trânsito de animais, produtos e subprodutos de todas as espécies suscetíveis à febre aftosa.
Diferentemente do que havia anunciado antes, o ministério informou ontem que Sete Quedas e Tacuru, cidades localizadas dentro do raio de 25 km a partir das propriedades de Japorã, ainda estão sob estudos, mas ainda não integram os municípios com barreiras instaladas.
Anteontem, antes de o Ministério da Agricultura confirmar os novos focos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, no programa semanal de rádio, gravado em Roma, que o foco de febre aftosa estava "debelado".
O Ministério da Agricultura ainda aguarda o resultado de testes que poderão confirmar dois novos focos de febre aftosa em Japorã, mas dentro da área interditada, o que é considerado normal, segundo técnicos da pasta.


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