São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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Pecuaristas ameaçam barrar abate

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JAPORÃ

Pecuaristas de Japorã (486 km de Campo Grande, MS), onde foram confirmados dois focos de febre aftosa, anunciaram ontem que não irão permitir o abate de animais até que a indenização esteja em suas contas correntes.
Os produtores farão uma manifestação hoje em frente ao sítio Santo Antônio, onde anteontem foi confirmado novo foco de aftosa. Eles querem pressionar o governo a indenizar os pecuaristas.
Os produtores rurais de Japorã fundaram ontem o Conselho de Saúde Animal do município. Uma da primeiras ações do órgão foi a divulgação de nota anunciando suas condições para aceitar o abate. Na reunião, no entanto, o conselho não definiu como os produtores impedirão o abate.
A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) disse que a defesa sanitária é a autoridade máxima e que os proprietários não podem impedir a entrada dos fiscais.

Abate
Na operação de limpeza das áreas contaminadas pela febre aftosa, os bois são mortos com um tiro na cabeça, para que a morte seja instantânea, evitando a dor e a necessidade de manipulação, já que o gado é portador do vírus e o sangue pode espalhar a doença.
A informação é do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Roberto Bacha, que afirma que as normas adotadas são da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
Os animais são mortos e enterrados em uma vala de 10 metros de profundidade. Técnicos da Iagro costumam usar cal para impermeabilizar o local e evitar que comprometa o lençol freático.
O curral é esterilizado pelo órgão sanitário e toda a área da fazenda deve ficar em quarentena para exterminar o vírus. Passados os quarenta dias, bois sentinela (sem vacina contra aftosa) são colocados na área. Caso adquiram a doença, a fazenda volta a ser inspecionada pela saúde sanitária. Se os animais permanecerem saudáveis, a área está livre. (SF)


Com Ana Raquel Copetti, colaboração para a Agência Folha, em Campo Grande

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