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Contra a lei, baterias são descartadas em lixões
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o aumento do número de
celulares em operação no país, é
crescente o número de baterias
descartadas irregularmente. Mesmo aquelas que não contêm metais pesados, como as de íons de
lítio, deveriam ser destinadas a
aterros sanitários. Sem fiscalização, parte das baterias é lançada
nos lixões, contrariando a legislação ambiental, reconhece o Ministério do Meio Ambiente.
A regra para o descarte das baterias foi fixada há seis anos por
uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). A resolução 257 diz que pilhas
e baterias que contenham metais
perigosos -como mercúrio, cádmio e chumbo- devem ser recolhidas pelos fabricantes; as com
menor potencial de dano à saúde
e ao ambiente podem ir a aterros
sanitários licenciados.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 30% do lixo produzido é lançado em lixões. A falta de aterros sanitários é um problema mais grave nos municípios
menores, com até 20 mil habitantes. Nesses municípios -que representam 73,1% do total-,
68,5% do lixo vai para os lixões.
A indústria alega que a falta de
aterros não é problema dos fabricantes e deve ser resolvido pelo
governo. O destino das baterias é
a principal divergência no grupo
de trabalho criado no início do
ano passado para rever as regras
de descarte. Depois de cinco reuniões, governo e fabricantes estão
longe de um consenso.
Para a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), as baterias devem acompanhar o lixo doméstico, com exceção daquelas com alta concentração de metais pesados e as baterias falsificadas -que alcançariam 40% do mercado.
A indústria alega que investiu
no desenvolvimento de tecnologia limpa, eliminando as baterias
com maior concentração de metais pesados, como alternativa à
responsabilidade de recolher e
dar destino apropriado às baterias usadas. E que caberia ao governo investir na apreensão de
baterias contrabandeadas e em
saneamento básico.
O Ibama (Instituto Nacional do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, insiste em que as pilhas e
baterias não podem ser tratadas
como lixo doméstico. A proposta
do instituto diz que essas pilhas e
baterias menos tóxicas devem ir
para aterros licenciados.
A última versão da proposta de
resolução reduz a tolerância com
metais pesados que podem ser
lançados em aterros. O debate pode ser acompanhado pelo site do
Conama (www.mma.gov.br/ort/conama/ctgt/gt.cfm?cod-gt=78)
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