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15 TÁTICAS DE QUALIDADE DE VIDA
Receitas harmonizam trabalho com prazer
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O ditado que diz "se trabalhar
fosse bom, a gente pagava e não
recebia" nunca soou tão antiquado. A principal receita de executivos, profissionais famosos e especialistas em saúde e recursos humanos para uma melhor qualidade de vida é dedicar-se a uma atividade de que se goste muito.
"É preciso ter prazer no serviço
que você faz, ter amor pelos projetos, pelas pessoas que o cercam",
afirma Vitor Foroni, 54, presidente da Método Engenharia.
Foroni e outros 14 profissionais
de destaque foram ouvidos pela
Folha sobre como mantêm a qualidade de vida no trabalho (confira nesta e nas próximas páginas).
Além da premissa básica de "fazer o que se gosta", os depoimentos apontam soluções criativas e
acessíveis para evitar que o trabalho sobrecarregue a vida pessoal.
O carnavalesco Joãosinho Trinta, 69, não abre mão da sesta diária no barracão da escola de samba. O empresário Aleksandar
Mandic, 48, reproduziu no escritório ambientes de uma casa, incluindo chuveiro e guarda-roupa.
Waldir Bortholuzzi, 55, diretor
da Roche, cuida do bosque da empresa. E o ator Tarcísio Meira, 67,
programa retiros regulares ao final de temporadas exaustivas.
Bons relacionamentos
As pessoas em geral passam
mais tempo no trabalho do que
em casa. Por isso um dos pontos
de partida para a qualidade de vida é ter bons relacionamentos.
"Quando vamos contratar um
novo profissional, fazemos entrevistas com toda a equipe. Se o pessoal não vai com a cara dele, como
poderá fazer um bom trabalho
junto?", questiona Mandic.
Para a consultora de recursos
humanos Maria Célia de Moraes
Bourroul, 44, as empresas também têm como contribuir com o
bom relacionamento dos funcionários. "É preciso criar oportunidades de relações interpessoais,
como salas de convivência", diz.
Às vezes, é preciso lançar mão
de campanhas que ultrapassam as
quatro paredes do escritório. Há
um ano e meio, a executiva Cristina Nogueira criou um grupo de
funcionários da Microsoft, empresa em que trabalha, que corre
todas as manhãs. Cerca de 150 dos
300 profissionais participam. Para incentivá-los, a companhia investe em uma equipe especializada que acompanha os treinos.
Os benefícios não são apenas físicos. Segundo Bourroul, a atividade esportiva em conjunto "estimula o conceito de time, proporciona desafios em grupo e auxilia
na distribuição de papéis".
A professora Ana Cristina França Limongi, 50, do departamento
de administração da USP e co-autora do livro "Stress e Trabalho"
(ed. Atlas), reconhece os benefícios da prática esportiva. Porém
alerta para o respeito à individualidade. "Tem de ser bom para
quem gosta, senão vira martírio."
Mudança de hábitos
Para adotar medidas que melhorem o cotidiano, é preciso
identificar fatores estressores.
"Não é fácil mudar hábitos em
nossas vidas", diz Limongi.
Os mais comuns estão relacionados à vida urbana. Trânsito, excesso de compromissos e atrasos
estão entre eles. "Numa reunião
em que parte dos membros atrasa, os que chegaram no horário
acabam desgastados por aguardar", exemplifica Rosa Alba Bernhoeft, da Alba Consultoria.
Estar atento ao corpo é outra
premissa. "É preciso se proteger,
perceber os limites", ensina Cecília Cibella Shibuya, presidente da
Associação Brasileira de Qualidade de Vida. "O corpo de quem trabalha 16 horas por dia fica sem
energia", completa Bernhoeft.
(JULIANA NOGUEIRA)
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