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Carreira não deve ficar em segundo plano
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O profissional que está insatisfeito com a forma como conduz
sua vida particular deve ter cuidado ao tentar equilibrar as coisas.
Diminuir o tempo de trabalho
não pode significar perda de produtividade ou descaso com as responsabilidades profissionais,
alertam especialistas.
Se a melhoria da qualidade do
relacionamento com a família implica desinteresse no trabalho, as
consequências podem ser igualmente ruins: da perda de benefícios até a demissão.
Especialmente em cenários de
instabilidade econômica, as demandas das companhias para
atingir metas tornam-se maiores.
"Não conheço nenhum executivo que trabalhe com hora para
entrar e para sair do escritório,
que fique na empresa das 9h às
17h. Quem faz isso não se destaca.
Em momentos recessivos como o
atual, as empresas ficam menos
suscetíveis a questões familiares",
afirma Denys Monteiro, vice-presidente executivo da Fesa, empresa de recrutamento de executivos.
Fora de moda
Contudo, se o profissional conseguir manter em alta a sua produtividade, é pouco provável que
seja repreendido por passar menos tempo no escritório.
"O workaholic [indivíduo que
trabalha compulsivamente] já
saiu de moda. Anteriormente, o
executivo era avaliado por horas
de trabalho; hoje, é por resultados
obtidos", diz Paulo Kretly, consultor da FranklinCovey Brasil.
Segundo ele, as empresas confiam mais em profissionais que
têm a vida profissional contrabalançada com a familiar. "Pessoas
com esse equilíbrio conseguem
tomar mais decisões acertadas do
que quem tem uma venda nos
olhos para as outras coisas da vida
[além do trabalho"."
Mínimo
Trabalhando em média 11 horas por dia, o sócio-diretor da
Consulters Services and Softwares, Gilson Bosso, afirma que só
conseguiria aumentar sua qualidade de vida se restringisse o escopo da empresa e, com isso,
abrisse mão de alguns clientes.
Ele chegou a pensar em mudar
de carreira alguns anos atrás.
"Não consegui porque gosto muito de informática, está no meu
sangue, embora seja trabalhoso."
Bosso chegou a perder várias
festas de aniversário das filhas
porque tinha de passar a noite
prestando suporte para companhias com problemas na rede de
computadores. Hoje estabeleceu
regras para conseguir mais qualidade de vida: mudou-se para perto do escritório, para perder menos tempo no trânsito, e almoça
em casa quase todo dia.
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