JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA

O ouro da medalha da maratona é um ouro de 24 quilates. E o Brasil conseguiu vencer nas duas provas. Vanderlei Cordeiro de Lima já é um frequentador do degrau mais alto do pódio, e havia vencido em Winnipeg. Talvez por isso o ouro de Márcia Narloch brilhe um pouco mais.
Márcia é daquelas atletas que está sempre no pelotão da frente, termina bem provas importantes, como a Maratona de São Paulo e na São Silvestre, mas raramente vence. Ela é uma ótima corredora, mas uma quase-vencedora. Uma espécie de São Caetano, uma espécie de Barrichello. Só que ela calça tênis em vez de uma Ferrari.
Mas, desta vez, foi diferente. Desta vez ela venceu. E com folga. Chegou três minutos à frente. Desta vez não houve "quase", houve um "até que enfim". A pequena Márcia foi grande.

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