Após favoritismo no começo da temporada, equipes mais caras do país lutam na Vila para se recuperarem no Nacional

Desfalques, convocação da seleção e, no caso santista, a saída de Zé Roberto viram oportunidade de provar nível de ambos os grupos

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Tidos e havidos como melhores elencos do país no início da temporada, Santos e São Paulo se enfrentam hoje na Vila Belmiro, às 16h, sob suspeita.
Como a tabela não reflete mais o favoritismo que tinham, ambos terão a chance de mostrar que seus times milionários têm peças de reposição e fôlego para engrenar no Brasileiro.
Afinal, o Santos virou um dos melhores elencos quando criou uma engrenagem em que o principal combustível era a criatividade de seu lado esquerdo, com Kléber na lateral e Zé Roberto no meio. E assim chegou ao bi paulista neste ano.
Com o primeiro na seleção de Dunga e o segundo no distante Bayern de Munique, é a vez de os substitutos Carlinhos e Pedrinho mostrarem seu futebol sem diminutivos.
No São Paulo, ficou a base do time campeão brasileiro, mas a equipe passa por reformulação. Hoje, o melhor setor é a defesa, mas dois dos responsáveis por isso, o zagueiro Alex Silva e o volante Josué, estão com a seleção nacional na Venezuela.
"Brasileiro não se ganha com time, mas com elenco", avisa Muricy Ramalho, que optou novamente por Breno, 17, na zaga e Richarlyson à frente da defesa, ao lado de Hernanes. E foi tratar de recuperar o grupo.
Com as baixas, as duas equipes buscam reforços. O Santos já acena com nova leva de contratações: trouxe o atacante Kléber do futebol mexicano, o meia Vitor Júnior, do Sport, e está de olho no meia venezuelano González, do Caracas.
Aos 31 anos, Kléber é considerado fora da faixa etária de contratações preferida pelo presidente Marcelo Teixeira. Mas Luxemburgo justificou, para o bem do elenco.
"É bom ter jogadores experientes para que os mais jovens não sejam queimados", disse o técnico santista, elogiado por Muricy Ramalho como alguém que sabe montar um plantel para ganhar campeonatos.
O São Paulo, por sua vez, foi buscar nas categorias de base outros jogadores para dar variações ao elenco. O meia Sérgio Mota é um dos pinçados que já trabalham com o time principal. Diego Tardelli, que espera no CT o fim de seu empréstimo ao PSV Eindhoven, e Luizão, que tem recuperado a forma física no clube, também poderão vir a defender o clube.
Por enquanto, nenhum dos reforços entrará em campo. Assim, a dúvida que fica é sobre quem perde mais com o atual cenário de desfalques. Ou melhor, quem tem melhores opções táticas e de banco.
"Acho que os dois times perdem igualmente com os desfalques", afirma o zagueiro Miranda, do São Paulo. "Mas ambos têm peças para repor."
Do outro lado, o volante Rodrigo Souto, do Santos, disse que a qualidade dos novos jogadores deve ajudar. "O Vanderlei vem dando chance a todos os jogadores, e eles estão suprindo as ausências dos machucados."