São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Substância cria "super-homem"

DA SUCURSAL DO RIO

O estimulante femproporex, detectado na urina do lateral Athirson, transforma os seus usuários em "super-homens", afirmou à Folha o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Luiz Felipe Pinto.
"A performance do atleta melhora muito. Diminui a sensação de fadiga, aumenta a capacidade cardiorrespiratória, a força e a resistência muscular. O atleta corre mais e tem mais explosão. Vira um super-homem e faz coisas que ele mesmo duvida", disse.
Segundo Pinto, o derivado anfetamínico femproporex causa o aumento de adrenalina, "hormônio de emergência" normalmente liberado em "situações de estresse e risco". "O jogador treina e joga melhor, sente menos a sequência de partidas e corre os 90 minutos", explicou.
Um dos efeitos mais maléficos do femproporex é a capacidade de viciar o seu usuário rapidamente, de acordo com Pinto.
"É um medicamento de uso muito perigoso. Leva à dependência rapidamente, de duas a três semanas. Se usado por muito tempo, o efeito diminui e são necessárias doses maiores para se obter o mesmo efeito."
Quando um atleta pára de fazer uso de doping, é iminente a queda de rendimento. "Um exemplo clássico disso é o Ben Johnson, que, depois de ser flagrado, nunca mais fez nada. Ele era recordista mundial", disse Pinto, referindo-se ao velocista canadense, ouro na Olimpíada de Seul, que teve a sua medalha cassada após ter corrido comprovadamente dopado com um esteróide anabolizante. (RG)


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