São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Gaúchos espalham suas "crias" pela Copa JH

DA REPORTAGEM LOCAL

O time que o Grêmio enfrenta hoje em Campinas integra os 50% da segunda fase da Copa João Havelange que não têm "um pé no estádio Olímpico".
Das 16 equipes que disputam as oitavas-de-final do torneio, sete são treinadas por profissionais que foram jogadores ou técnicos do Grêmio -sem contar, claro, com o próprio clube gaúcho.
A lista de "filhotes" gremistas começa com um dos treinadores que até hoje simbolizam o futebol de força e determinação da equipe: Luiz Felipe Scolari, hoje no Cruzeiro. Gaúcho, foi projetado nacionalmente após comandar o Grêmio duas vezes, a última por três anos e meio (de 1993 a 96).
A relação segue com Emerson Leão, hoje no Sport e na seleção brasileira, que teve uma passagem vitoriosa como jogador pelo Grêmio (foi campeão brasileiro em 1981 e vice em 1982) e outra tímida, de pouco mais de dois meses (entre o final do ano passado e o início deste ano), como treinador.
No início dos anos 80, uma das épocas mais vitoriosas da história gremista, Leão atuou com o meia Bonamigo, hoje técnico do Remo.
Outro que foi formado no estádio Olímpico é Valdyr Espinosa, que vem fazendo boa campanha à frente do Fluminense. Ele iniciou a carreira de jogador no Grêmio e teve seu ponto alto como técnico no clube, com a conquista do Mundial interclubes de 1983.
Atualmente no Bahia, Evaristo de Macedo teve duas passagens como técnico pelo Grêmio, em 1990 e 1997, neste ano levando o time ao título da Copa do Brasil.
A lista é completada por Antônio Lopes, hoje no Atlético-PR e que treinou o Grêmio por cinco meses este ano, e Hélio dos Anjos, que passou pelo Olímpico em 1997 e agora treina o Goiás.
O atual técnico gremista, Celso Roth, não é propriamente uma cria do Grêmio -o primeiro grande clube que treinou foi o arqui-rival do Esatdo, o Internacional. Mas algo muito forte liga Roth ao clube: ele é um dos discípulos brasileiros de Scolari.
"Foi ele quem realmente me deu a oportunidade de ser assistente técnico pela primeira vez, quando trabalhamos juntos no Kuait (em 1988)", lembra Roth.
Ele diz sentir "muita honra" em ser considerado por alguns um clone de Scolari, por prezar fundamentos táticos e estilo de trabalho que consagraram o colega.
Roth, em sua segunda passagem como técnico pelo Grêmio, considera, inclusive, Scolari um dos maiores responsáveis pelo processo de "gremização" das oitavas-de-final da Copa JH.
"A escola gaúcha tem histórico na formação de treinadores. Já tivemos Brandão, Minelli e Ênio Andrade. Agora, o Luiz Felipe (Scolari) tem papel de destaque."
Ainda assim, Roth diz que não é o futebol nacional que resolveu priorizar a organização tática e a disciplina em campo. "O futebol em todo o mundo está objetivo. Na década de 70, era o romantismo. Os anos 80 foram os da força física. E agora é o momento da tática. Mas o ideal é fundir os três."


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