DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) não incluiu Paulo de Almeida na delegação de atletismo que disputou a Paraolimpíada de Sydney em outubro passado mesmo depois de o atleta ter conseguido índice para os Jogos.
Almeida obteve índice na prova de 800 m na categoria T44 (uma perna amputada abaixo do joelho) durante os Jogos Brasileiros Paradesportivos, em julho deste ano, no Rio de Janeiro.
No atletismo, pelo menos outros 21 atletas também obtiveram índice nesse evento, mas não seguiram com a delegação brasileira que disputou a Paraolimpíada.
De acordo com o departamento técnico de atletismo do CPB, isso ocorreu porque o comitê optou por preencher as dez vagas reservadas para o esporte -definidas pelo Comitê Paraolímpico Internacional (CPI)- com atletas que tivessem mais chances de obter medalhas.
"O comitê sempre avalia qual é a maior possibilidade de medalhas", disse João Batista Carvalho e Silva, presidente do CPB. "O importante é conseguir medalhas."
Lourivaldo Ribeiro, presidente da ADD/Magic Hands, associação pela qual Almeida disputou os jogos no Rio, discorda dos argumentos do CPB. Segundo ele, o comitê não levou em conta o índice de Almeida porque ele é único na sua categoria para os 800m.
"O CPB priorizou provas em que havia mais atletas. Paulo era atleta solitário em sua modalidade. Não havia muitos na categoria dele, mas ele poderia ir a Sydney e fazer bonito."
Segundo Gilberto Martins, do departamento técnico de atletismo do CPB, o índice não garantiria ao atleta sua ida à Paraolimpíada. "O critério adotado foi o de levar aqueles que achamos que teriam mais condições de obter medalhas para o Brasil", afirmou.
"O sonho de disputar uma Paraolimpíada fica para Atenas", diz Almeida, se referindo aos Jogos de 2004, quando deverá lutar por uma vaga nas provas de fundo, modalidades em que seu potencial ficou demonstrado com o resultado em Nova York. (GC)


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