São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Prótese é desenhada para provas

DA REPORTAGEM LOCAL

A prótese que Paulo de Almeida utilizou para correr a maratona de Nova York foi projetada especialmente para a obtenção de bons resultados em corridas.
Trata-se de um sistema que substitui um pé com calcanhar por uma lâmina de grafite em forma de "gancho invertido". Isso permite ao atleta obter melhor impulsão por meio da transformação da energia potencial (pressão vertical sobre o chão) em energia cinética (movimento horizontal para a frente).
A prótese armazena a energia do passo do atleta e a libera como deslocamento. "O sistema funciona como uma mola", diz Marco Antônio Guedes, ortopedista do Centro Marian Weiss e uma das maiores autoridades brasileiras no assunto. "Ao contrário do exercício muscular, no qual o atleta executa um trabalho ativo à custa de energia, a prótese com lâmina de grafite usada por Almeida, desprovida de calcanhar, tem memória de 100%", explica. Memória, no jargão técnico, é a capacidade de o material em questão (grafite) voltar à forma original.
Esse tipo de prótese, segundo Guedes, é utilizado por Almeida porque seu nível de amputação é transtibial, ou seja, abaixo do joelho. "No caso de Lars Grael, por exemplo, a prótese seria diferente, porque ele é amputado transfemoral, ou seja, desarticulado de joelho", explica, referindo-se ao caso do iatista que teve sua perna direita decepada na altura do fêmur em um acidente com uma lancha no Espírito Santo, em setembro de 1998. (GC)


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