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Prótese é desenhada para provas
DA REPORTAGEM LOCAL
A prótese que Paulo de Almeida
utilizou para correr a maratona
de Nova York foi projetada especialmente para a obtenção de
bons resultados em corridas.
Trata-se de um sistema que
substitui um pé com calcanhar
por uma lâmina de grafite em forma de "gancho invertido". Isso
permite ao atleta obter melhor
impulsão por meio da transformação da energia potencial (pressão vertical sobre o chão) em
energia cinética (movimento horizontal para a frente).
A prótese armazena a energia
do passo do atleta e a libera como
deslocamento. "O sistema funciona como uma mola", diz Marco
Antônio Guedes, ortopedista do
Centro Marian Weiss e uma das
maiores autoridades brasileiras
no assunto. "Ao contrário do
exercício muscular, no qual o
atleta executa um trabalho ativo à
custa de energia, a prótese com lâmina de grafite usada por Almeida, desprovida de calcanhar, tem
memória de 100%", explica. Memória, no jargão técnico, é a capacidade de o material em questão
(grafite) voltar à forma original.
Esse tipo de prótese, segundo
Guedes, é utilizado por Almeida
porque seu nível de amputação é
transtibial, ou seja, abaixo do joelho. "No caso de Lars Grael, por
exemplo, a prótese seria diferente,
porque ele é amputado transfemoral, ou seja, desarticulado de
joelho", explica, referindo-se ao
caso do iatista que teve sua perna
direita decepada na altura do fêmur em um acidente com uma
lancha no Espírito Santo, em setembro de 1998.
(GC)
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