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FUTEBOL
O Mundial interclubes está vivo
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Diferentemente do que
muitos imaginavam, o
Mundial interclubes continua vivo. E, com um Real Madrid e Boca Juniors, muito vivo.
Há um ano, quando a Fifa
anunciou a criação do seu Mundial de Clubes, pintaram a decisão entre Manchester United e
Palmeiras como o jogo derradeiro
no Japão. Foi pura precipitação.
Primeiro porque o Mundial da
Fifa começou como uma grande
incógnita (e continua assim). Segundo porque os japoneses, sede
da próxima Copa, incorporaram,
depois de vários anos, o Mundial
interclubes em seu calendário.
A tradicional disputa continua
no Japão, mesmo o duelo impedindo, pelo seu perfil, a participação de times japoneses.
O Jubilo Iwata vai atuar no
Mundial de Clubes da Fifa de
2001, mas ninguém sabe ainda
como será a repercussão dessa
participação no Japão (provavelmente serão menos fotógrafos japoneses no torneio da Fifa do que
no grande duelo entre Real e Boca). O Mundial interclubes, mesmo minimizado em alguns países
da Europa e restrito a dois continentes, é transmitido para quase
todo o planeta. A transcendência
da disputa reflete a condição de
seus participantes, os vencedores
dos dois interclubes mais importantes e difíceis do mundo.
Na Argentina e na Espanha, o
jogo é colocado em um plano divino. Não é à toa que os jogadores
do Real encaram a final do Mundial (pode ser o terceiro título do
Real, o que lhe deixaria como o
maior vencedor da disputa, junto
com Milan, Peñarol e Nacional)
como uma Copa.
Em Buenos Aires, a fanática
torcida do Boca Juniors esgotou
rapidamente a sua cota de ingressos e trata a partida como a principal página da rica história do
clube (ainda não especulam sobre
a participação do Boca no Mundial de Clubes da Fifa de 2001).
O confronto entre Real Madrid
e Boca suplanta, em muito, os
mais de 40 milhões de torcedores
diretamente envolvidos na disputa (os dois times contabilizam,
por baixo, mais de 20 milhões de
seguidores em todo o mundo).
Embora no Brasil a cobertura
da disputa deva ser pequena, já
que não há representante nacional, o mundo deve estar mais
atento do que nunca ao estádio
Nacional de Tóquio.
Mais que dois grandes times,
irão se enfrentar equipes que valorizam os confrontos internacionais. Real e Boca são patrimônios
de seus países e continentes.
O time argentino busca romper
a série de cinco vitórias da Europa no Mundial interclubes.
O confronto poderá até se repetir, em agosto, no Mundial da Fifa, quando os dois times tentarão
título inédito, mas nada diminui
o jogo deste ano. Pelo contrário,
fica difícil imaginar o fim do
Mundial interclubes.
A disputa pode até deixar o Japão após 2002, quando o país vai
receber a Copa, mas as opções são
muitas. Desde os EUA, novo mercado para o futebol, até jogos na
Europa e na América do Sul.
No ano em que criou seu Mundial de Clubes, a Fifa conhecerá
um novo campeão interclubes.
Seu respeito pelo título é tanto
que o Manchester United, campeão em 1999, pode até jogar no
Mundial de 2001, como o Real jogou em 2000.
Melhor do mundo
A chance de termos um bicampeão na eleição de melhor jogador é grande. Rivaldo e Zidane, mesmo longe de
seus melhores momentos,
podem igualar Ronaldo, duas
vezes eleito. Figo pode até ser
campeão mundial com o
Real Madrid, mas não adiantará, pois os votos dos técnicos já foram computados.
Politicagem
O último encontro da cúpula
da Fifa no ano, que começa
no dia 8, tem vários assuntos
em pauta: ingressos da Copa;
Mundial de Clubes; e transferência de jogadores. As CPIs
no futebol brasileiro devem
ser discutidas nos corredores.
Futsal
A goleada de 29 a 2 do Brasil
sobre a Guatemala no Mundial é motivo de festa e tristeza para os brasileiros. Devido
a placares como esse, o esporte ainda não é olímpico.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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