São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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TÊNIS
Principais jogadores da maior potência mundial do esporte colecionaram fracassos durante a atual temporada
Norte-americanos tentam reverter fiasco da década

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Masters de Lisboa, que a partir de terça-feira decide o tenista vencedor da Corrida dos Campeões, vai funcionar como um "canto do cisne" para os EUA.
Em Portugal, os dois melhores jogadores norte-americanos da década, Pete Sampras, 29, e Andre Agassi, 30, têm a última oportunidade de reverter o fiasco da maior potência do tênis mundial na temporada deste ano.
Perto da aposentadoria, os dois tenistas já falam em encerrar a carreira no ano que vem.
Sampras e Agassi encerram em Lisboa o ano com os resultados mais pífios da história norte-americana no tênis profissional masculino, que começou em 1968.
A lista que atesta o fracasso dos EUA em 2000 tem vários itens.
No mais emblemático deles, aparece o número de títulos conquistados pelos tenistas.
Em toda a temporada, os jogadores dos EUA ficaram com quatro títulos dos quase 70 torneios organizados pela ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
No ano passado, que já havia sido um dos mais fracos para os EUA, os jogadores do país levaram 13 dos campeonatos do circuito profissional masculino.
Para se ter uma idéia da debilidade dos resultados norte-americanos na atual temporada, o Brasil, que tem apenas Gustavo Kuerten na elite, também conquistou quatro títulos neste ano.
Sem conquistas, os tenistas dos EUA ficaram em posições sem tanto destaque nos rankings elaborados pela ATP.
Com Sampras tendo chances remotas de terminar o ano no primeiro lugar, em uma disputa que vai ficar apenas entre Kuerten e o russo Marat Safin, o país deve terminar uma temporada sem o melhor jogador pela primeira vez desde 1991, quando o sueco Stefan Edberg foi o número um.
Com Safin em primeiro e Kuerten em segundo na Corrida dos Campeões, os EUA não terão um cabeça-de-chave no Masters pela primeira vez na década.
No pelotão intermediário da modalidade, a decadência norte-americana também é evidente.
Em 1999, o país terminou a temporada com 11 jogadores entre os cem melhores do mundo.
Nesta temporada, sem contar os resultados desta semana, o país tem apenas oito tenistas situados na lista dos cem melhores.
Para completar, na próxima temporada, a situação norte-americana no tênis masculino pode piorar ainda mais.
Depois de casar com uma atriz, Sampras já está atuando em ritmo de aposentadoria.
No torneio português, o norte-americano volta ao circuito depois de quase três meses de férias.
Cada vez jogando menos, Sampras só conquistou dois títulos em 2000, o seu pior desempenho em um só ano desde 1989.
Mesmo que não se aposente em 2001, o melhor jogador dos anos 90 dificilmente terá pontos para voltar ao Masters, já que seu calendário será cada vez mais leve.
Para Agassi, o futuro no tênis parece ainda mais nebuloso.
Com sua mãe e irmã passando por graves problemas de saúde, além de seguidas contusões, o tenista teve uma queda abrupta de rendimento.
Depois de terminar 1999 como primeiro do mundo e iniciar 2000 conquistando o título do Aberto da Austrália, o norte-americano só amealhou fracassos.
Agassi não conquista um título desde o Grand Slam australiano, disputado em janeiro.
Assim, deve terminar o ano com uma queda de sete posições em relação ao ranking da temporada passada, além de uma queda de quase US$ 3 milhões em seu faturamento em prêmios.


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