São Paulo, terça-feira, 06 de junho de 2006

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Lilica Ripilica abre loja em Milão no dia 20

ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA

O Fashion Rio começa hoje com o desfile da grife infantil Lilica Ripilica. O evento carioca é o único no mundo a permitir que uma marca de roupas para crianças participe de uma temporada de moda adulta. Mas existem boas razões para tal extravagância. O grupo catarinense Marisol S.A., dono da Lilica, é um dos patrocinadores do evento. A Folha apurou que, a cada temporada, a empresa investe cerca de R$ 500 mil no Fashion Rio.
Há outros motivos para a Lilica Ripilica ser destaque nas passarelas cariocas. A Marisol S.A., sediada em Jaraguá do Sul (SC), é hoje a maior indústria de roupas para crianças no Brasil, com três marcas -além da Lilica, para meninas, a Tigor T. Tigre, para meninos, e a Marisol. As duas primeiras são dirigidas ao consumidor das classes A e B; a terceira visa os demais compradores.
Em 2005, a empresa faturou cerca de R$ 450 milhões -75% proveniente das grifes infantis. As exportações da Lilica já alcançam 32 países e representam hoje 6% do faturamento total do grupo.

Luxo infantil
No próximo dia 20, a Marisol S.A. dá um dos passos mais audaciosos para a internacionalização da Lilica Ripilica: abre uma loja da grife na superchique Via della Spiga, em Milão. Será a primeira marca brasileira a ocupar um espaço nessa rua, que é um dos centros de compras mais luxuosos do planeta. A loja de 72 m2 teve investimento superior a R$ 3 milhões.
"Escolhemos a Lilica Ripilica para ser a marca global da empresa", diz Giuliano Donini, diretor de marketing da Marisol S.A.
Não apenas a Lilica, de fato, está nos planos mundiais da empresa. Enquanto investe no terreno europeu com a grife infantil, a Marisol S.A. se dedica também à expansão da marca Rosa Chá em solo norte-americano.
O grupo está criando a Rosa Cha USA para gerir os negócios da marca recém-adquirida do estilista Amir Slama -que permaneceu como diretor de criação da grife e dono de 25% do capital da nova empresa.
Um dos primeiros efeitos da nova parceira com Amir Slama e do projeto de internacionalização da Rosa Chá foi a decisão de desfilar a grife apenas na semana de moda de Nova York, e não mais na São Paulo Fashion Week.

Novo poder
"Moda é um tema que passamos a tratar com mais cuidado nos últimos anos", diz Donini, a respeito do interesse da Marisol S.A. por firmar seu nome no panorama fa- shion brasileiro.
Interesse que está longe de se esgotar. O próximo passo do grupo será a compra de uma famosa marca de roupa jovem e jeanswear. Segundo boatos no mercado, a Zoomp seria a grife escolhida, mas Donini nega.
A Marisol S.A. não é a única empresa catarinense que expande seus domínios na moda brasileira. Dono das marcas Colcci, Sommer e Carmelitas, o grupo AMC Têxtil é outro que vai se tornando a cada dia mais poderoso. A Colcci é hoje uma das grifes jovens que mais cresce no Brasil. Em 2005, vendeu 4 milhões de peças no país.
"As empresas catarinenses são extremamente competentes e um exemplo de profissionalismo", diz Eloysa Simão, diretora do Fashion Rio. Elas são também um caso de sucesso comercial, construído até agora com muita discrição, em Santa Catarina, bem longe dos holofotes da moda, habitualmente voltados para o Rio e para São Paulo.


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