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Lilica Ripilica
abre loja em
Milão no dia 20
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
O Fashion Rio começa hoje com o desfile da grife infantil Lilica Ripilica. O evento carioca é o único no mundo a permitir que uma marca
de roupas para crianças participe de uma temporada de
moda adulta. Mas existem
boas razões para tal extravagância. O grupo catarinense
Marisol S.A., dono da Lilica, é
um dos patrocinadores do
evento. A Folha apurou que,
a cada temporada, a empresa
investe cerca de R$ 500 mil
no Fashion Rio.
Há outros motivos para a
Lilica Ripilica ser destaque
nas passarelas cariocas. A
Marisol S.A., sediada em Jaraguá do Sul (SC), é hoje a
maior indústria de roupas
para crianças no Brasil, com
três marcas -além da Lilica,
para meninas, a Tigor T. Tigre, para meninos, e a Marisol. As duas primeiras são dirigidas ao consumidor das
classes A e B; a terceira visa
os demais compradores.
Em 2005, a empresa faturou cerca de R$ 450 milhões
-75% proveniente das grifes
infantis. As exportações da
Lilica já alcançam 32 países e
representam hoje 6% do faturamento total do grupo.
Luxo infantil
No próximo dia 20, a Marisol S.A. dá um dos passos
mais audaciosos para a internacionalização da Lilica Ripilica: abre uma loja da grife
na superchique Via della Spiga, em Milão. Será a primeira
marca brasileira a ocupar um
espaço nessa rua, que é um
dos centros de compras mais
luxuosos do planeta. A loja
de 72 m2 teve investimento
superior a R$ 3 milhões.
"Escolhemos a Lilica Ripilica para ser a marca global
da empresa", diz Giuliano
Donini, diretor de marketing
da Marisol S.A.
Não apenas a Lilica, de fato, está nos planos mundiais
da empresa. Enquanto investe no terreno europeu
com a grife infantil, a Marisol S.A. se dedica também à
expansão da marca Rosa Chá
em solo norte-americano.
O grupo está criando a Rosa Cha USA para gerir os negócios da marca recém-adquirida do estilista Amir Slama -que permaneceu como
diretor de criação da grife e
dono de 25% do capital da
nova empresa.
Um dos primeiros efeitos
da nova parceira com Amir
Slama e do projeto de internacionalização da Rosa Chá
foi a decisão de desfilar a grife apenas na semana de moda de Nova York, e não mais
na São Paulo Fashion Week.
Novo poder
"Moda é um tema que passamos a tratar com mais cuidado nos últimos anos", diz
Donini, a respeito do interesse da Marisol S.A. por firmar
seu nome no panorama fa-
shion brasileiro.
Interesse que está longe de
se esgotar. O próximo passo
do grupo será a compra de
uma famosa marca de roupa
jovem e jeanswear. Segundo
boatos no mercado, a Zoomp
seria a grife escolhida, mas
Donini nega.
A Marisol S.A. não é a única empresa catarinense que
expande seus domínios na
moda brasileira. Dono das
marcas Colcci, Sommer e
Carmelitas, o grupo AMC
Têxtil é outro que vai se tornando a cada dia mais poderoso. A Colcci é hoje uma das
grifes jovens que mais cresce
no Brasil. Em 2005, vendeu 4
milhões de peças no país.
"As empresas catarinenses
são extremamente competentes e um exemplo de profissionalismo", diz Eloysa Simão, diretora do Fashion
Rio. Elas são também um caso de sucesso comercial,
construído até agora com
muita discrição, em Santa
Catarina, bem longe dos holofotes da moda, habitualmente voltados para o Rio e
para São Paulo.
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