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SHOW
Projeto começou em Nova York e visitará mais dez cidades antes de ser vendido como "reality show" para TV americana
Concurso nos EUA quer produzir ídolo country gay
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Matt Alber, 28, de São Francisco, apresenta-se para cantar num
pequeno estúdio tomado por jornalistas e câmeras no West Side
de Manhattan, em Nova York.
Antes de começar, conta um
pouco de sua vida. Diz que morou
no Texas, antes de se mudar para
a Califórnia. Mas o apresentador
quer saber outra coisa: "Você saiu
do armário por lá?", pergunta ele.
"Sim", responde Alber. Quando
ele sai do estúdio, após a apresentação, a fila de dezenas de pessoas
na calçada dá um passo adiante.
Cantores esperavam uma chance
inédita na música dos EUA: querem ser o primeiro ídolo abertamente gay do country.
Na última quinta, eles disputaram a primeira etapa de um concurso que deverá ser levado à TV
para tapar uma lacuna que perdura por uma questão cultural, segundo Larry Dvoskin, o produtor
do projeto. Lacuna que ele diz ter
percebido no ano passado, durante uma conversa com um amigo seu de Nashville, Tennessee.
"Eu falei: "Parece que tudo já foi
feito na música. Não há nada original e diferente". E meu amigo
disse: "Você nunca viu, porque
nunca foi feito, uma estrela
country que é abertamente gay. É
a cultura conservadora do sul"."
Dvoskin resolveu então colocar
um pequeno anúncio num jornal
de Nashville -e diz que recebeu
mais de 6.000 ligações de volta.
O concurso feito na última semana em Nova York deverá ser o
primeiro de uma série. O projeto
deverá agora rodar por dez outras
cidades e selecionar mais músicos, para depois vender tudo como um "reality show" para uma
emissora americana.
Ao lado das iniciativas da mídia,
caminha a legislação americana
-há pouco mais de um mês, a
Suprema Corte tomou uma decisão histórica ao liberar o homossexualismo e a sodomia no país.
Mas a população não corre necessariamente na mesma velocidade. Pesquisa de opinião pública
divulgada há duas semanas pelo
instituto Gallup indica que a aceitação dos americanos à homossexualidade chegou ao nível mais
baixo dos últimos sete anos.
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