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Música

Álbum de Naná Vasconcelos extrai música dos elementos da natureza

Percussionista canta Luiz Gonzaga e faz homenagens a Clementina de Jesus e Airto Moreira

Músico pernambucano apresenta músicas de '4 Elementos', lançado por selo independente, em show na sexta, em SP

RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"A natureza é um conservatório de vida e sabedoria", diz Naná Vasconcelos.

Está falando de como sua música é orgânica e sua inspiração constantemente renovável. Em seu novo álbum, "4 Elementos", o percussionista pernambucano de 69 anos resolveu pintar de sons representações imaginativas dos elementos da natureza.

"No meu disco anterior, Sinfonia e Batuques', que ganhou o Grammy e tal, eu fiz a "Suíte das Águas", onde faço toda a percussão com água, a parte rítmica", lembra Naná, em entrevista por telefone de sua casa, no Recife.

"Tirar som da água foi um processo que começou no mar, na praia, brincando. Depois comecei a gravar na piscina de casa. Aí já tinha um caminho. Pensei: então vou fazer os quatro elementos'."

A água aparece em melodia e ritmo na composição "Chorágua", um choro. A terra vem na faixa "Terráqueos "" Vida "" Bush Dance", representada pelos habitantes do planeta. Mais especificamente nossos corpos, com os quais podemos fazer música.

É uma ideia reminiscente de outras gravações de Naná utilizando o corpo como instrumento, aqui em fusão com sons eletrônicos. O fogo surge em vinhetas de sonoplastia de voz e saco de salgadinho.

Já no ar, Naná vai longe. "Pra significar o ar e criar essa trilha da minha imaginação, pensei em um grupo de astronautas africanos indo fazer uma dança nos anéis de Saturno", explica, rindo.

O disco, que fará parte de um show em São Paulo nesta sexta, homenageia também Clementina de Jesus (1901-87) e Airto Moreira e traz uma versão de "Légua Tirana", de Luiz Gonzaga (1912-1989).

Citando os versos "ó que estrada mais comprida, ó que légua tão tirana / ah, se eu tivesse asa, inda hoje eu via Ana", comenta: "Minha légua é tirana. Não é fácil quando você faz uma coisa que só você faz, não faz parte de um movimento. É como vejo minha história".

"Hoje já posso dizer isso mais conscientemente, com 69 anos. Cada disco é um momento diferente da minha vida, resultado dessas experiências que estou sempre querendo ter, mais e mais."

Ele conclui: "Minha légua tirana é minha vida: sempre querendo chegar lá e nunca chegando, porque estou sempre procurando mais. Mas se eu tivesse asa eu chegaria".


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